Uma batata desenvolvida na Alemanha tornou-se esta semana o primeiro organismo geneticamente modificado em 12 anos a receber aprovação para cultivo na União Europeia, provocando comemorações na indústria de transgênicos e indignação entre oponentes.
A batata "Amflora" foi desenvolvida pela alemã Basf, para fornecer amido para uso na indústria, como na produção de papel, adesivos e têxteis. Seus defensores alegam ser improvável que o produto vá parar nos pratos dos consumidores, embora inúmeros casos de contaminação já registrados em diversos países levem a crer no contrário.
Defensores e oponentes consideram que a decisão da Comissão Europeia, depois de 13 anos de disputas burocráticas, científicas e jurídicas, marcou o início de uma postura mais acolhedora em Bruxelas em relação aos produtos polêmicos.
Segundo informações divulgadas pelo Greenpeace, o Comissário de Saúde da UE, John Dalli, em comum acordo com o Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, está por trás de uma manobra processual que permitiu que a Amflora entrasse pela porta de trás da Comissão Europeia, sem chance de ser debatida por seus pares.
A Basf planeja começar o cultivo do Amflora neste ano em 250 hectares na República Checa, Suécia e Alemanha.
Antes da Amflora, só um outro transgênico havia sido aprovado para cultivo na UE, o milho MON810 da Monsanto, em 1998 -- mesmo assim o produto foi proibido em 6 países (Alemanha, França, Áustria, Hungria, Grécia e Luxemburgo) devido aos riscos que representa para o meio ambiente.
Além do cultivo da batata, a comissão europeia aprovou a importação e o processamento de três outros tipos de milho transgênico da Monsanto.
Com informações de:
- Valor Econômico, 03/03/2010.
- Greenpeace, 02/03/2010.
- Business Week, 02/03/2010.
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