sábado, 31 de janeiro de 2009

Defesa Civil afirma "é uma das Maiores Tragédias Ambientais da História"



A chuva que inundou o sul do Estado despejou ontem os corpos de mais cinco vítimas, elevando para 11 o número de mortos, até a noite.


O cenário segue desolador. Ruíram 44 pontes em quatro distritos da área rural da região de Pelotas, mantendo ilhadas dezenas de famílias. As rodovias BR-392 e BR-116 seguem bloqueadas em alguns trechos.


– Pelos nossos registros, é uma das maiores tragédias ambientais da história do Rio Grande do Sul. A situação é mais grave porque ocorreu num curto espaço de tempo e em uma região limitada, formada por quatro municípios – disse o tenente-coronel Joel Prates Pedroso, coordenador da Defesa Civil do Estado. (jornal Zero Hora 31/01/2009).

A situação na região ainda é muito crítica ainda chove na maioria das cidades atingindas, embora em menor intensidade, as cidades de Pelotas, Turuçu, Morro Redondo e Capão do Leão decretaram situação de emergência.

Ainda não foi possível calcular a dimensão dos estragos na área rural , porque em algumas comunidades a acessibilidade ainda é dificultado pela falta de pontes que foram levadas pela força da água, mais de 7.000 residências ainda estão sem luz na região, há problemas na telefonia fixa e celular em quase toda a região.
Existem porém muitos registros de perdas nas lavouras de milho e fumo, duas das principais atividades agrícolas da região, além de mortes de pequenos animais como porcos e galinhas provocadas por afogamento.

O último levantamento contabilizava:

Onze mortos
76.716 pessoas afetadas
1,085 desabrigados
2,236 desalojados
Quatro Rodovias com bloqueios
Em Canguçu a chuva foi forte porém de menor intensidade , apesar de estarmos sem acesso as cidades de Pelotas e Rio Grande, não existem registros de grandes estragos, somente de problemas relacionados a energia elétrica e a telefonia celular, além de pequenos estragos nas estradas da zona rural.

Clique Aqui e veja algumas imagens da destruição na região.
Neste momento ,para nós fica a reflexão:
Qual a nossa parcela de contribuição para que a natureza tenha reações tão absurdas? Novamente fica o alerta de que o homem precisa reestabelecer a sua relação harmoniosa com a natureza.

FSM discute a Privatização da Biodiversidade


Mais de 160 pessoas participaram esta semana do seminário "Privatização da Biodiversidade e Violação de Direitos: transgênicos e propriedade intelectual", realizado durante o Fórum Social Mundial, em Belém. Dividido em dois turnos, o evento foi organizado por entidades e redes ligadas à Articulação Nacional de Agroecologia.Vinod Raina, da Fundação de Pesquisa para Ciência, Tecnologia e Ecologia (fundada e dirigida por Vandana Shiva), apresentou a forma como os camponeses estão se organizando em diferentes partes da Índia para preservar suas sementes e sua soberania alimentar. Em encontros comunitários, assumem compromissos coletivos nesse sentido, entre eles o de não usar agrotóxicos nem transgênicos, e não consumir Pepsi nem Coca-Cola.Silvia Ribeiro, do Grupo ETC do México, fez uma exposição acerca do crescente processo de concentração corporativa na área de sementes. As fusões entre indústrias também representam convergência de tecnologias, como no caso da biotecnologia com melhoramento genético de cana visando a produção e agrocombustíveis (ex., Monsanto e Allelyx), e na fronteira da biologia sintética para a produção de etanol a partir de microrganismos transgênicos construídos em laboratório a partir da junção de diferentes materiais genéticos, naturais ou sintéticos. Importante dizer que este tipo de tecnologia e suas aplicações estão completamente descobertos de qualquer tipo de regulamento ou legislação.Leonardo Melgarejo, representante do MDA na CTNBio, descreveu o funcionamento da Comissão e fez uma análise a respeito da dinâmica lá constituída, em que as decisões são tomadas previamente à análise propriamente dita de cada um dos pedidos de liberação comercial ou experimental de transgênicos.A última exposição dessa primeira sessão do seminário foi feita por Rubens Nodari, professor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), que apresentou uma crítica às normas de "coexistência" para o milho aprovadas pela CTNBio. A norma, na verdade, se limita a estabelecer distâncias mínimas, irrisórias, de isolamento entre o milho transgênico e os demais, mas não esclarece se ela deve ser cumprida por quem planta transgênicos ou por seus vizinhos que não querem a contaminação.Na tarde seguinte, no segundo turno do Seminário, Camila Moreno, da Terra de Direitos, e Álvaro Carrara, do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas, apresentaram estudos de caso sobre os impactos do avanço do agronegócio no Pampa e no Cerrado, respectivamente. Em ambos os casos ficou bem evidente que as monoculturas, sejam elas de cana, soja ou eucalipto, estão transformando as paisagens desses biomas e promovendo um acelerado processo de destruição da biodiversidade, perda da cultura local e concentração fundiária e de acesso aos recursos naturais.No caso do Cerrado, as populações locais do Norte de Minas, diante da inação do Estado, estão recuperando suas terras, hoje convertidas em monoculturas de árvores, através de demarcações que elas próprias fazem e que são seguidas de (re)ocupações das áreas.Gilles Ferment, pesquisador do Nead (Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento / Ministério do Desenvolvimento Agrário), apresentou os resultados de um estudo sobre a contaminação da soja no Rio Grande do Sul e evidenciou que apesar de a planta ser auto-fecundada, a contaminação ocorre e de forma massiva em outras etapas da cadeia produtiva. A última exposição foi de Verónica Villa, do Grupo ETC do México, que abordou o problema da contaminação do milho crioulo no país e o trabalho realizado pela Red en Defensa Del Maíz.Desde o início dos trabalhos e encontros de camponeses e assessores ligados à rede, o grupo evoluiu para o conceito de "cultivos soberanos", entendendo que um povo que não tem diversidade é um povo que se faz dependente, e que um povo que compra comida é um povo que não pode governar a si mesmo.Os indígenas mexicanos, Pueblo Del Maíz, entendem que o milho contaminado é um milho doente, que precisa ser tratado e curado, e para isso estão trabalhando para limpar suas variedades locais. A avaliação da rede é que a contaminação foi arquitetada para aniquilar a possibilidade de soberania e autonomia dos camponeses, entendendo que se as sementes forem perdidas, perdem-se também os saberes.Nos momentos de debate foram resgatadas algumas propostas resultantes do seminário sobre transgênicos realizado em Porto Alegre durante o FSM de 2005, como exigir audiências públicas para debater a liberação dos transgênicos, ampliar a participação e transparência dos processos de tomada de decisão, inclusive com acesso aos documentos, e solicitar maior ação do Ministério Público Federal sobre o tema. São medidas que foram implementadas nesses quatro anos transcorridos entre o Fórum de Porto Alegre e o de Belém e que se mostraram importantes.No mais, os participantes levantaram a necessidade de fortalecer e ampliar a luta contra os transgênicos, desencadeando ações descentralizadas e valorizando experiências locais de conservação e uso da biodiversidade e de formas sustentáveis de produção de alimentos.



Fonte: Campanha por um Brasil Livre de Transgênicos.

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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

NEAD discute biossegurança e transgênicos no Fórum Social Mundial


É possível prevenir a contaminação de lavouras tradicionais, agroecológicas e orgânicas por culturas transgênicas? Ou, dito de outra forma, é possível a coexistência entre as espécies convencionais e suas equivalentes modificadas geneticamente?

Dentre tantas possíveis, estas são as perguntas centrais do seminário “Transgênicos: contaminação e coexistência”, que ocorre na próxima quarta (28), na Universidade Federal do Pará (UFPA). O evento integra a programação do Fórum Social Mundial 2009, organizado em Belém (PA), entre os dias 27 de janeiro e 1º de fevereiro.

Promovido pela Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA), o debate reunirá especialistas no assunto, entre eles Gilles Ferment, consultor de Biossegurança do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (NEAD) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

Conforme Gabriel Fernandes, assessor técnico da AS-PTA, o seminário buscará discutir o desafio de conservar a biodiversidade agrícola face às liberações das sementes transgênicas. "Vamos debater o mito da coexistência e apresentar propostas de conservação das sementes crioulas, que são fundamentais para a agricultura ecológica. Durante o evento, também pretendemos analisar a atuação da CTNBio, que é o órgão oficial responsável pelas liberações de transgênicos no Brasil", conta.

NEAD no Fórum


A AS-PTA abriu espaço para que o NEAD faça, após os debates, o lançamento de três publicações e da “Rede Virtual de Biossegurança” do MDA.

As obras divulgadas serão o livro “Biossegurança e princípio da precaução: o caso da França e União Européia”, de Gilles Ferment [leia neste Boletim entrevista com o autor] e versões preliminares de duas futuras publicações das Séries NEAD Debate e NEAD Estudos. Esses textos foram elaborados conjuntamente por pesquisadores de várias instituições e consultores do NEAD/MDA. Os dois volumes – sob os títulos “Coexistência: o caso do milho” e “Sojas convencionais e transgênicas no planalto do Rio Grande do Sul” – registram o contexto jurídico-político e as implicações ecológica, econômicas e sociais da coexistência de cultivos convencionais e transgênicos.

A Rede Virtual de Biossegurança é a nova comunidade do Portal da Cidadania (http://comunidades.mda.gov.br) voltada a promover o intercâmbio de informação e conhecimento entre especialistas e interessados na temática Biossegurança e Segurança Alimentar e Nutricional. No espaço estão disponíveis, para consulta e debate, informações científicas e técnicas, resultados de pesquisas e de análises críticas relevantes sobre o tema. Também podem ser acessadas ferramentas de comunicação e interação via Internet, como webconferências, blogs, fóruns de discussão, entre outras.

Para se cadastrar na Rede, basta enviar um e-mail para: biosseguranca@mda.gov.br

Tecnologias Sociais


O NEAD/MDA também participará do Seminário “Nanotecnologia e Tecnologia Social a serviço de políticas públicas: o potencial de nanocompósitos de borracha natural para associação entre saberes populares e étnicos, e conhecimento científico”. Esse evento, previsto para o dia 29 de janeiro na programação do FSM 2009, relaciona-se à chamada de trabalhos para o Fórum de Tecnologias Sociais lançado pelo NEAD (mais informações em www.nead.org.br)

Serviço:

Seminário “Transgênicos: contaminação e coexistência”
Promoção: AS-PTA, com lançamentos do NEAD/MDA
Programação:
Abertura – Gabriel Fernandes (AS-PTA)
Painel 1 – Decisões em Biossegurança no Brasil – Leonardo Melgarejo (CTNBio)
Painel 2 – O caso da soja – Gilles Ferment (NEAD/MDA)
Painel 3 – O caso do milho – Rubens Nodari (UFSC)
Painel 4 – Árvores transgênicas – Anne Peterman (Global Justice Ecology Project)
Local: UFPA, pavilhão Ap, sala Ap-01
Data: 28/01
Horário: 8h30 às 11h30

Seminário “Nanotecnologia e Tecnologia Social a serviço de políticas públicas: o potencial de nanocompósitos de borracha natural para associação entre saberes populares e étnicos, e conhecimento científico”
Data: 29 de janeiro
Horário: 15h às 18h
Local: UFPA (Sala a confirmar – informação poderá ser consultada a partir da próxima semana por meio do site http://www.forumsocialmundial.org.br/ .


Fonte:Notícias Agrárias, NEAD/MDA - 18 a 25 de Janeiro de 2009 nº 445
http://www.nead.org.br/boletim/boletim.php?boletim=445¬icia=2090

Brasil supera EUA no uso de agroquímicos


Em 2008, o Brasil assumiu a liderança no consumo mundial de agroquímicos, posição antes ocupada pelos Estados Unidos, segundo informa o presidente mundial do instituto internacional de pesquisa em agronegócios Kleffmann Group , Burkhard Kleffmann. O resultado deve ser confirmado pelos balanços das principais indústrias do setor. Dados preliminares indicam que os produtores brasileiros compraram entre US$ 6,9 e US$ 7 bilhões em defensivos agrícolas. Já as lavouras americanas, mesmo ocupando uma área consideravelmente maior, investiram US$ 6,7 bilhões nos insumos.
O ritmo de crescimento de quase 30% no mercado de insumos agrícola no ano passado, não deverá se repetir em 2009. 'Mas não sofrerá uma reversão', acredita o presidente da Kleffmann no Brasil, Lars Schobinger. Já as lavouras do mundo devem apresentar queda de 5%, estima Kleffmann. Em 2008, o consumo global de defensivos foi 15% maior na comparação com o ano anterior.
O presidente mundial da empresa ressalta que o potencial de crescimento avistado no Brasil é assegurado pelo clima tropical, sinônimo de mais pragas nas lavouras e pelo 'efeito fisiológico' garantido com a 'terceira aplicação' já adotado nas lavouras européias, e em estágio embrionário por aqui. 'A dose extra de defensivos é capaz de aumentar a produtividade da lavoura'. No ano passado, o número de aplicações nas lavouras brasileiras de soja cresceu 5,3% e movimentou US$ 2,38 bilhões, 33% mais que na safra anterior.
Kleffmann fala em uma 'tendência irreversível de crescimento' do setor de defensivos agrícolas, o empresário admite uma retração apenas em caso de escassez generalizada de crédito, cenário para ele apto a se configurar nos países da América Latina. Argumento rebatido pelo presidente da empresa no Brasil, que se apoia no crescimento da área cultivada com recurso próprio, independente de crédito oficial ou informal.
'Apenas 20% das lavouras de milho recebem aplicação de fungicidas', afirma Schorbinger baseado nos números da Kleffmann. Ele informa que 100% das plantações de soja são protegidas com o produto, 'mas só 40% delas são cultivadas com sementes tratadas quimicamente', acrescenta. Para o executivo brasileiro, a ferrugem surgida na soja brasileira em 2004 foi uma das molas propulsoras do crescimento do consumo do agroquímico. 'O produtor não pode se dar o luxo de dispensar defensivo'.
Schorbinger e Kleffmann explicam que em tempos de crise o produtor reluta, mas acaba comprando agroquímico em cima da hora.
A Kleffmann desenvolve pesquisas Adhoc (sob encomenda), de acordo com as necessidades específicas do cliente, e a consagrada Amis, painel para acompanhamento da evolução do mercado do qual as maiores empresas brasileiras e multinacionais não abrem mão. Os painéis em questão refletem basicamente o segmento de insumos agrícolas, com exceção dos fertilizantes e em especial o setor de defensivos agrícolas e sementes.
Crise no agronegócio
A área de atuação da empresa, insumos, deve ser alvo de redução de investimentos em 2009, acredita Burkhard, 'mas apenas os menos essenciais à produtividade'. Segundo ele, na Europa, os investimentos em herbicidas e fungicidas podem ser mantidos, já o aporte em inseticidas deve sofrer redução.
O ano de 2008 foi bom para muitos países, como avalia o presidente mundial da Kleffmann. Em 2009, poucos permanecer imune ao cenário desenhado pela atual crise mundial no agronegócio. 'O aumento da produção de grãos não foi suficiente para recompor os estoques, que continuam baixos', afirma Kleffmann, em visita à filial brasileira do grupo responsável por 36% do faturamento da multinacional.
De acordo com as estimativas do instituto de pesquisa e do presidente dele, os preços médios mundiais das commodities agrícolas, ainda em baixa, devem crescer 10% este ano e, em 2010, outros 20%, valorização que seria assegurada pelo nível dos estoques mundiais de alimentos e pelo aumento de consumo, principalmente na Ásia. 'A produção ainda não foi capaz de acompanhar esse crescimento', afirma.
Na Europa, continente que concentra a maior parte das 22 filiais da empresa, o setor de lácteos pode ser mais afetado pela atual conjuntura, mas para Kleffmann, os outros setores do agronegócio devem continuar registrando demandas elevadas. 'Os produtores estão capitalizados, tiveram anos anteriores bons, inclusive nos Estados Unidos. O setor está capitalizado, tem gordura para queimar e precisa de menos empréstimo', confia.
A crise, para Kleffmann de curto prazo, deve afetar apenas parte dos negócios do instituto de pesquisa. 'Em momentos de crise, os serviços de informação são bastante demandados', acredita o presidente. No entanto, serão afetadas as pesquisas 'feitas sob encomenda'. A empresa espera registrar crescimento médio global de 15% este ano, com Europa estável, Brasil crescendo 20% e Ásia protagonizando um crescimento acima da média, 30%. Em 2008, na Ásia a empresa cresceu 50% e no Brasil 22%. Burkhard criou a Kleffmann na Alemanha no final da década de 80.

Fonte:Gilmara Botelho / Gazeta MercantilFoto: FAEP



Ué mas com o uso de transgênicos não era para diminuir o consumo de Agrotóxicos????

domingo, 18 de janeiro de 2009

Assentamentos no RS iniciam nova etapa de assistência técnica

Os assentamentos gaúchos iniciam nova etapa na assistência técnica neste início de 2009.
Pela primeira vez no Estado, a contratação de empresas para prestação do serviço é feita por meio de processo licitatório de concorrência, realizado pelo Incra/RS no final do ano passado.
Os contratos com as vencedoras, totalizando o investimento de R$ 7,8 milhões, foram assinados nesta quinta-feira (15). Cerca de 120 técnicos participaram, nestes dias 15 e 16, de uma reunião denominada “Marco Zero” para dar início aos trabalhos. A Emater/RS, a Cooperativa de Prestação de Serviços Técnicos (Coptec) e o Centro de Tecnologias Alternativas Populares (Cetap) vão assumir a assistência técnica de 284 assentamentos no Rio Grande do Sul, onde vivem cerca de 10 mil famílias.
O Estado foi dividido em 18 Núcleos Operacionais para a licitação. A Emater/RS será responsável por 9 núcleos, a Coptec, por 8, e o Cetap, por um. No total, 117 técnicos estão envolvidos no programa de Assistência Técnica, Social e Ambiental (ATES) do Incra/RS.
“Esta reunião é um passo à frente”, garantiu o superintendente substituto do Incra/RS, José Rui Tagliapietra. A assinatura de contrato traz mais garantias aos técnicos e às famílias, e deve qualificar o programa. “O desenvolvimento dos assentamentos é tão importante quanto a obtenção de terras”, enfatizou Tagliapietra.
A mudança na forma de contratação – anteriormente a assistência técnica no Estado era viabilizada por meio de convênios – também exigiu um rigoroso trabalho para definir metodologias de aferição, fiscalização e avaliação dos serviços. Servidores da Divisão de Desenvolvimento, com auxílio de técnicos de outras divisões e com base no manual de ATES, definiram cinco eixos de ação: esfera produtiva, social, ambiental, integração de políticas públicas e programas do Incra e planos de desenvolvimento e recuperação de assentamentos.
As prestadoras vão atuar nestes eixos, por meio de metas individuais, coletivas e não-previstas. O cumprimento destas compõe a nota fiscal para pagamento mensal dos serviços.
Entre as novidades, também tem destaque a criação de Conselhos Regionais de ATES, com representação das prestadoras, do Incra e das famílias. Por esta instância, os agricultores terão participação na avaliação das ações. Durante a reunião, os participantes conheceram detalhes referentes aos contratos, às ações da superintendência e aos instrumentos a serem utilizados pelos técnicos (formulários de visitas técnicas, ações diárias, entre outros).
Um sistema foi desenvolvido pela superintendência para acompanhar as ações de ATES. Em fase de finalização, o programa deverá estar disponível para inserção de dados pelos técnicos, em março de 2009.
Após esta primeira reunião, novos encontros serão agendados. Técnicos do Incra e das prestadoras irão se reunir em cada Núcleo Operacional e, posteriormente, as equipes de assistência técnica serão apresentadas nos assentamentos. Na segunda quinzena de março, uma oficina específica para a questão ambiental será realizada.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

São Lourenço do Sul, contabiliza as perdas com Vento e Granizo






No final de tarde da última quarta (14), várias localidades do interior do vizinho município de São Lourenço do Sul foram atingidas por uma forte tempestade de vento e granizo.



Diversas propriedades, a maioria de agricultores familiares, tiveram as lavouras de fumo e milho

parcialmente ou totalmente destruídas.
Segundo o coordenador da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul), Luis Weber, das áreas atingidas, 90% dependem do cultivo do fumo e 15% dos fumicultores não possuem seguro das lavouras.



O vento também causou prejuízos em casas e pelo menos em uma escola.



A assessoria de imprensa da Prefeitura informou que o prefeito José Nunes deve, ainda esta semana, reunir com o Conselho Agropecuário Municipal para discutir a situação da zona rural,segundo a assessoria da Prefeitura as localidades atingidas foram: Bom Jesus, Boa Vista, Serra Velha, Butiá, Gusmão, Santa Isabel, Coxilha Alta, Prado Novo e Sítio.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Agroecologia é tema de projeto inédito na Embrapa Clima Temperado

A Embrapa Clima Temperado começa 2009 desenvolvendo uma nova e inédita atividade de liderança de um grande projeto de pesquisa nacional em prol da agroecologia brasileira.
O projeto intitulado “Transição Agroecológica: construção participativa do conhecimento para a sustentabilidade”, terá duração inicial prevista de quatro anos. A pesquisa pretende promover a articulação de uma rede nacional com interesse comum no enfoque agroecológico de pesquisa, para gerar e compartilhar conhecimentos, competências, recursos e infra-estruturas entre diversas instituições, núcleos e grupos de pesquisa, que possam ampliar a sinergia e a complementariedade necessárias para desencadear processos locais e regionais de transição agroecológica.
O projeto reúne 25 Unidades do Sistema Embrapa e 29 instituições, em cinco regiões do Brasil e conta com recursos iniciais, provenientes da Embrapa, de cerca de 2,5 milhões de reais.
“A eficiência produtiva do modelo agrícola atual vigente em grande parte das propriedades rurais brasileiras é indiscutível. Porém, diversos impactos sociais e ambientais, tais como: erosão dos solos, contaminação das águas superficiais e subterrâneas, redução da biodiversidade, perda de saberes tradicionais associados, dependência econômica, redução das oportunidades de trabalho e renda, êxodo rural e exclusão social podem estar associados a esse modelo em que a ênfase é a maximização da capacidade produtiva.
A organização do conhecimento agrícola agroecológico, obtido através de diversas pesquisas e de atividades práticas desenvolvidas em áreas produtivas espalhadas de Norte a Sul do Brasil, é um dos passos iniciais fundamentais para viabilizar alternativas que possibilitem a superação desses problemas e a transição agroecológica”, explica o líder do projeto e pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Carlos Alberto Medeiros.
Segundo ele, o projeto “Transição Agroecológica” vai trabalhar três eixos fundamentais para a consolidação da mudança no campo em prol da sustentabilidade, baseada na agroecologia. Os três eixos são: gestão do conhecimento empírico e científico existente, com ênfase na sua organização e transmissão para técnicos e produtores; geração de tecnologias, em prol da promoção desse sistema produtivo e, finalmente, levantamento, diagnóstico e análise de políticas públicas, instrumentos legais e de mercado que auxiliem no processo de consolidação da agroecologia.
Os principais impactos esperados pelos cerca de 200 profissionais envolvidos direta e indiretamente no projeto são: avanço da fronteira do conhecimento básico, em áreas científicas estratégicas, com conseqüências diretas sobre o padrão de produtividade dos sistemas de produção; melhoria da qualidade dos recursos naturais; redução da dependência econômica dos agricultores; fortalecimento das economias locais e regionais; melhorias da qualidade de vida e da segurança alimentar dos agricultores e consumidores, além de valorização dos saberes, da responsabilidade social e do reconhecimento público da importância da produção orgânica.
Mtb-SC 00825/9
Embrapa Clima Temperado Contatos: (53) 3275-8113

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Seguro ampara perdas de safra dos agricultores familiares


As perdas de safra provocadas por estiagem, chuva excessiva e outros eventos adversos que vêm ocorrendo nesta safra, especialmente na região Sul do País, são amparadas pelo Seguro da Agricultura Familiar (Seaf).
Além desses contratempos, o Seaf cobre prejuízos por ventos fortes, granizo, geada e variação excessiva de temperatura. Na safra 2007/2008, houve considerável número de pedidos de cobertura. Nos três estados do Sul, 22.147 agricultores já receberam o Seaf.
Em todo o País, o Rio Grande do Sul é o estado com o maior número de operações que receberam o Seguro pago pelo Governo Federal, com 17.956 coberturas pagas, representando R$ 46.940.380. O Paraná é o segundo colocado da região Sul, com 2.718 coberturas pagas, totalizando R$ 13.211.579. Em Santa Catarina, foram pagas 1.473 coberturas, no valor total de R$ 5.039.039.
A Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA) acompanha esses casos e tem tomado todas as providências para reduzir, por meio do Seaf, os prejuízos dos agricultores familiares.SeguroMais de 90% dos financiamentos de custeio agrícola dos agricultores familiares estão protegidos pelo Seaf. Para se beneficiar do Seaf, o agricultor deve conhecer as regras do seguro e observar as condições para que não haja problemas na hora da comunicação de perdas.
As culturas incluídas no Seaf são: algodão, amendoim, arroz, cevada, feijão, feijão caupi, girassol, mamona, mandioca, milho, soja, sorgo, trigo, ameixa, banana, caju, café arábica, café robusta, dendê, maçã, nectarina, pêra, pêssego, uva americana e uva européia.
Todas as lavouras irrigadas são amparadas pelo Seguro. As lavouras consorciadas também podem ser beneficiadas pelo Seaf, desde que a cultura principal tenha indicativo no zoneamento agrícola de risco climático.
O Seguro cobre até 100% do valor do financiamento, mais 65% da receita líquida esperada, com ressarcimento limitado a R$ 2.500,00. A cobertura é direcionada a lavouras que tiveram perdas superiores a 30% do que foi estimado no momento da contratação do financiamento junto ao banco.
Outra exigência do seguro é de que a lavoura tenha sido plantada e conduzida corretamente, com a observação das condições indicadas pelo zoneamento agrícola.
O secretário de Agricultura Familiar (SAF/MDA), Adoniram Sanches Peraci, explica que, nesta safra, há situações nas quais o plantio não chegou a ser feito por falta de chuvas e conseqüente baixa umidade no solo. A orientação do secretário para esses casos, se ainda houver tempo no calendário do zoneamento agrícola, é a de que o plantio seja realizado. Se o período de zoneamento houver sido esgotado, entretanto, o plantio seria de alto risco e, deste modo, a cobertura pelo Seaf não seria permitida.
"Não está nos planos da Secretaria alongar os prazos para os plantios, pelo alto risco que esta ação pode trazer para os agricultores e para o Governo", alerta Peraci.Segundo o secretário, a SAF/MDA, os agentes financeiros e o Banco Central do Brasil estão empenhados no sentido de assegurar, a todos os agricultores familiares que tiveram prejuízos por fator amparado pelo Seaf, o recebimento da visita do perito no tempo estabelecido no manual de crédito.
O esforço é voltado, ainda, à garantia de realização das perícias em conformidade ao que estabelece o Conselho Monetário Nacional, inclusive no tocante à medição da área efetivamente plantada e ao registro fotográfico das lavouras. "As indenizações deverão ser efetivadas até a data prevista para a comercialização da produção, que seria colhida caso não houvesse ocorrido o sinistro, ou seja, para as lavouras da região sul, até julho e agosto", prevê.


Notas fiscais


As normas do Manual de Crédito Rural (MCR) estabelecem que o agricultor deve estar de posse das notas fiscais dos insumos aplicados na lavoura e, do mesmo modo, apresentar esses documentos ao banco, no momento da comunicação de ocorrência de perdas.
A nota fiscal deve ser nominativa ao agricultor segurado. "A insuficiência de comprovação de insumos não desclassifica a operação nem impede o pagamento de indenização, mas pode gerar uma redução no cálculo da indenização correspondente ao valor não aplicado na lavoura", destaca o secretário.
É importante, portanto, que o agricultor mantenha consigo esses comprovantes. Pode ser admitida nota fiscal para um grupo de agricultores que fizeram compra coletiva, mas, nesse caso, a nota fiscal deve conter uma relação em anexo, ou no verso, com a especificação de cada um dos produtores e os respectivos valores e quantidades de insumos adquiridos.
Está admitida a utilização de insumos de produção própria, desde que esteja prevista no contrato de crédito e na vistoria de comprovação de perdas.
O agricultor deve, ainda, apresentar ao perito a capacidade de produção dos insumos, a fabricação dos mesmos e o uso do resultado dessa produção nas lavouras onde ocorreram os prejuízos.


Sementes


Como explica Peraci, o agricultor que, na safra passada, plantou semente certificada, pode separar uma parte para plantar no ano seguinte. Para tanto, deve ter a nota fiscal do ano anterior.
Sementes crioulas podem ser utilizadas, desde que a cultivar seja cadastrada na SAF. O agricultor interessado deve procurar uma entidade que atua com cultivares crioulas e a entidade deve fazer o cadastramento da cultivar no site do Seaf na internet.
O sistema fornece um certificado que pode ser apresentado ao agente financeiro. Mesmo que a lavoura já tenha sido plantada, o cadastramento ainda pode ser feito. "A Secretaria está lembrando a todos os agentes, bancos e peritos, que não deve ser exigida nota fiscal de sementes crioulas. Também incentiva a realização do cadastro das cultivares crioulas ainda não cadastradas, para a obtenção de cobertura do seguro nesta safra", explica Peraci.
Deste modo, não deve ser recusada a cobertura do seguro por falta de cadastro da cultivar. O agente deve acolher a comunicação de perdas, orientar o agricultor a procurar uma entidade para fazer o cadastramento, solicitar a perícia e aguardar o cadastramento para dar sequência aos procedimentos de indenização.


segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

UNAIC está realizando a compra de Feijão Preto


A UNAIC está comprando Feijão preto da safra 2008/2009, dos agricultores familiares da Região.

Pelo produto está sendo pago o valor de entre R$ 125,00 e R$ 130,00, dependendo da qualidade.

A UNAIC compra qualquer quantidade do produto, e ainda busca o produto em qualquer localidade do nosso municipio.

Interessados poderão procurar a Sede da UNAIC, ou ainda ligar para o telefone 53-3252.1011 e falar com Cristiano ou Demaicon.


domingo, 11 de janeiro de 2009

Agroecologia em Canguçu

A UNAIC aposta na agroecologia como uma alternativa de desenvolvimento rural , por isso tem buscado desenvolver ações que contribuam para o aumento dessa atividade no municipio de Canguçu e na região.
Hoje vamos apresentar aqui no Blog um video que fala um pouco da experiência do agricultor Renato Holz da localidade de Remanso 1º Distrito de Canguçu, esse vídeo foi produzido e exibido recentemente pelo Programa Terra Sul , programa que é uma produção da Embrapa Clima Temperado e exibido aos domingos pela TV Nativa.

Outros vídeos sobre Agroecologia e do Programa Terra Sul podem ser acessados no canal : http://www.youtube.com/user/cpactts

sábado, 10 de janeiro de 2009

Ministério da Agricultura divulga calendário de Vacinação contra Aftosa


O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou ontem (08/01/09) em Brasília/DF, o calendário nacional de vacinação contra a febre aftosa de 2009. A maioria dos estados (AC, AP, AM, BA, ES, GO, MA, MG, MT, MS, PA, PI, PR, RJ, RO, RS, SP, SE e TO) e o Distrito Federal devem vacinar o rebanho de bovinos e bubalinos nos meses de maio e novembro. Outros estados (AL, CE, PB, PE, RN e RR) vacinam nos meses de abril e outubro. O estado de Santa Catarina é livre de febre aftosa sem vacinação.


O Rio Grande do Sul, que vacinava nos meses de janeiro (todo o rebanho) e junho (animais com idade abaixo de 24 meses), passará a imunizar o rebanho em maio e novembro. Para garantir uma transição segura, foi mantida a etapa de janeiro de 2009.
A mudança atende um pleito do serviço veterinário e dos criadores do estado e unifica a vacinação do Rio Grande do Sul com os estados da zona livre de febre aftosa do Brasil e com o Uruguai. O novo calendário evita o manejo do rebanho no mês de janeiro, caracterizado por calor e seca intensos, e facilita o trânsito de animais e o controle nas fronteiras.
Fonte: Site do Ministério da Agricultura: www.agricultura.gov.br

Renda agrícola deve cair 7% em 2009


Brasília (9.1.2009)

A renda agrícola prevista para 2009 é de R$ 152 bilhões, redução de 7% em relação à obtida no ano passado, já descontada a inflação. Esse indicador refere-se ao valor bruto da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas a partir dos levantamentos da produção divulgados nesta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na avaliação do coordenador-geral de Planejamento Estratégico, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques, “apesar da queda relativamente acentuada da renda agrícola, o valor estimado para este ano situa-se entre os maiores valores já obtidos, inferior somente ao de 2008”.
Vários fatores têm sido apontados para a diminuição de renda. De acordo com Gasques, os mais relevantes são os preços mais baixos das commodities agrícolas, os efeitos do clima no Sul do país e a falta de recursos privados de tradings e da indústria de insumos para o financiamento agrícola.
Entre os 20 produtos utilizados para o cálculo da renda agrícola, 14 apresentam declínio, como o trigo (33,6%), milho primeira safra (26,7%), cebola (20%) e algodão herbáceo (14%). A queda na produção dessas lavouras e também no café, estimada em 16,2%, foi decisiva para um resultado menor da renda neste ano, observa o coordenador-geral.
Cálculo da renda - A renda agrícola refere-se ao Valor Bruto da Produção (VBP) de 20 lavouras e é obtida multiplicando a quantidade produzida pelo preço recebido pelos agricultores. A metodologia de cálculo da renda do café mudou em setembro. Os preços utilizados são do Cepea/Esalq/USP para o café Arábica tipo 6 e, no caso do Espírito Santo, foi utilizado o preço do café Conillon tipo 6, também do Cepea. Os demais preços continuam com a fonte da Fundação Getúlio Vargas (FGV). (Inez De Podestà)


sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Fetraf-Sul prevê queda na safra fumo em 152 mil toneladas

A safra do fumo 2008/2009 inicialmente prevista em 760 mil toneladas, hoje está em plena colheita e precisa ser valorizada pelos agricultores familiares que se dedicam a esse cultivo. Especialistas e lideranças regionais da Fetraf apontam quebra de safra de 20% em média. Significando 152 mil toneladas a menos da previsão inicial. Reduzindo a safra para 610 mil toneladas.
As perdas de produtividade acorreram nas mais diversas regiões, seja por excesso de chuvas (litoral de SC ), ou por estiagem (Norte do RS, Oeste de SC e Sudoeste do PR) ou até mesmo pela combinação dos dois fatores (Vale do Rio Pardo no RS e Centro Sul do PR), somando-se ainda, noites frias e incidências de granizadas e vendavais.
“Considerando este quadro, adicionado aos baixos estoques mundiais, podemos afirmar que haverá disputa entre empresas pela aquisição do tabaco”, afirma o secretário geral e de comunicação da Fetraf-Sul, Marcos Rochinski. As indústrias oferecem reajustes na tabela entre 12 e 30%, mais facilidades como a compra na propriedade, sem classificar e pagamento no ato.
Rochinski recomenda aos agricultores que não comercializem o produto logo, aguardem as definições do mercado, continuem com a organização de grupos para comercialização e não renovem pedidos de insumos, buscando organizar pedidos coletivos.
Escrito por Luciane Bosenbecker - Imprensa Fetrafsul

Agricultor familiar terá que recolher o FUNRURAL

Todo Agricultor ou produtor rural terá de recolher o FUNRURAL Desde o dia 21/11/08, os produtores rurais pessoas físicas que produzem e comercializam mudas, sementes, animais destinados à cria, recria, engorda, como também, cobaias usadas para fins científicos, passam a dever a Contribuição Previdenciária Rural (Funrural).
É o que determina a Lei 11.718/2008, que suspendeu a isenção aos produtores rurais pessoas físicas. O prazo para recolhimento vai até o dia 10 do mês subseqüente à comercialização. A contribuição é de 2,3% sobre o valor bruto da comercialização. Quando comercializar com empresas adquirentes, consumidoras, consignatárias ou cooperativas, elas serão responsáveis pelo desconto e recolhimento da contribuição. Se a comercialização for com outro produtor rural pessoa física, no varejo ou não comprovar o destino da produção, será ele o responsável pelo recolhimento.
Fonte: Jornal de Brasília

O jornalismo e o lobby dos agrotóxicos


Wilson da Costa Bueno*
De maneira pouco competente, quase omissa, a imprensa brasileira tem relegado a segundo plano o debate que se trava nos bastidores (e na Justiça) entre a ANVISA e os fabricantes de agrotóxicos (leia-se veneno).
Na prática, o que está em jogo é basicamente a defesa da saúde pública, tendo em vista o índice alarmante de acidentes e de mortes causados pelos agrotóxicos em nosso País, e a resistência necessária ao lobby insuportável da indústria agroquímica.O que, no final das contas, pretende a ANVISA? Nada mais do que submeter à análise técnica pouco mais de uma dezena de ingredientes ativos utilizados em uma centena de produtos livremente comercializados por aqui. Por que razão? Porque há mais do que suspeitas, há evidências concretas, literatura específica que atesta os prejuízos causados por estes produtos, muitos dos quais proibidos em outros países.E por que ela não consegue? Porque os fabricantes de agrotóxicos, que são os mesmos que monopolizam a indústria dos transgênicos, têm impedido, com o apoio do Ministério da Agricultura, que esta análise seja feita, com alegações ética e socialmente inaceitáveis.
O comportamento da indústria agroquímica e de transgênicos (duas faces da mesma moeda) é sempre o mesmo: falta de transparência, tentativa explícita de manipulação da opinião pública e relações estreitas com algumas esferas do poder público, com o fim deliberado de proteger os seus interesses e aumentar os seus lucros formidáveis.A ANVISA já conseguiu provar que alguns desses ingredientes são efetivamente nocivos à saúde, como o cihexatina e o acefato, o primeiro deles largamente utilizado nos laranjais,conforme explica reportagem do jornal O Globo de domingo passado (9/11/2008, p.13).As perguntas básicas são: analisar não pode? Por que um número significativo de agrotóxicos utilizados no Brasil é proibido lá fora? De que tem receio a indústria do veneno? Evidentemente, todos nós sabemos a resposta, já que para bom entendedor más intenções bastam.
A indústria de agrotóxicos é poderosa e, num país com uma produção agrícola em larguíssima escala, qualquer tentativa de frear a utilização de seus produtos, ainda que em favor do interesse público, é barrada na origem. Considerando a relação estreita entre a indústria agroquímica e a do agronegócio, quase sempre afinadas com o objetivo de priorizar basicamente o lucro, fica fácil perceber a força deste lobby e, inclusive, a adesão do Ministério da Agricultura que, de longa data, tem estado a serviço dos interesses empresariais, apesar do discurso em contrário.A lógica é conhecida: os agrotóxicos garantem o crescimento do agronegócio e devem circular livremente, mesmo quando há indícios suficientemente fortes de que vêm contaminando brutalmente o solo, a água, os alimentos etc.
Novamente, os brasileiros, da cidade e do campo (basta consultar pesquisas antigas e recentes sobre a contaminação de frutas e hortigranjeiros realizadas por universidades, a Fiocruz etc) estão à mercê de interesses empresariais e políticos (a bancada do veneno no Congresso se confunde em larga margem com a própria bancada ruralista) e sofrem na pele, no pulmão, no sistema nervoso etc com este derrame fantástico de agrotóxicos.A matéria de O Globo traz informações relevantes: a entrada de agrotóxicos no Brasil tem crescido vertiginosamente no Brasil, inclusive daqueles que foram barrados em inúmeros países. Exemplos citados pelo jornal: o paration, banido na China em 2006, teve sua importação duplicada no Brasil (você acha que o fabricante iria reduzir os seus lucros?) , assim como o carbofuron, proibido na União Européia em 2005.
A luta é encarniçada e a única esperança dos que estão comprometidos com a sustentabilidade e com a saúde pública é a isenção da Justiça (se você ainda acredita que a indústria agroquímica e a de transgênicos que, repito, são a mesma coisa têm algo a ver com desenvolvimento sustentável, será melhor rever os seus conceitos).
A sociedade e as autoridades responsáveis precisam ir mais além: punir exemplarmente a indústria do veneno pela degradação ambiental e pelos prejuízos à saúde pública e impedir que continuemos a abrigar o lixo químico, repudiado em outras nações.Empresas da área continuam hipocritamente praticando o marketing verde, patrocinando prêmios agroambientais, proclamando seus embaixadores ambientais e sua cínica sustentabilidade ao mesmo tempo que despejam sem dó veneno por todo canto, que preferem denominar de defensivo agrícola ou "remedinho de planta".A intenção de impedir a análise e a divulgação dos resultados tem semelhança com a resistência da indústria de biotecnologia (integrada pelas gigantes agroquímicas) em indicar na embalagem dos seus produtos que eles contêm transgênicos.
Mas, se eles não fazem mal, por que não ser transparente e avisar o consumidor?É fundamental termos em conta o impacto ambiental do crescimento desordenado dos agrotóxicos, buscarmos fontes independentes (a Fiocruz desempenha um trabalho inestimável neste sentido) e resistirmos a esta investida avassaladora.Neste embate, estamos com a ANVISA , em nome da saúde pública, e esperamos que a Justiça decida pela transparência, permitindo que a análise seja feita e os resultados possam ser divulgados para toda a sociedade.
De uma vez por todas, vamos proibir "a farra do boi dos agrotóxicos".Quem está comprometido com o meio ambiente e a qualidade de vida, não pode omitir-se diante deste lobby nefasto. Há um limite para a escalada do veneno na agricultura e ele certamente, no caso brasileiro, foi ultrapassado há algum tempo. Agora basta.
Em tempo: a ANVISA deveria exigir que a Nestlé informasse na embalagem de sua farinha láctea vendida no Brasil que ela contém pesticida, ainda que dentro dos limites permitidos (você soube que este produto foi proibido nos EUA porque incluía resíduos de um agrotóxico proibido na terra do Obama?). Existe limite permitido para pesticida neste tipo de produtos?A ANVISA deveria fazer o mesmo com algumas marcas de queijos (fresco, mussarela e prato) que contém coliformes fecais, conforme pesquisa recente publicada por entidade de defesa do consumidor. Certamente, o argumento dos fabricantes é o mesmo: tem cocô sim, mas dentro do limite permitido.E eu nem sabia que existia limite permitido para cocô e pesticida em alimentos!Estejamos atentos a este embate entre a ANVISA e a indústria de agrotóxicos: ele nos interessa. Que vença a saúde. Pizza com agrotóxico é uma afronta ao conceito de segurança alimentar, não é mesmo? E para ética e transparência não há limite permitido por lei: elas têm que ser assumidas na sua plenitude. Mas talvez seja pedir muito para determinados segmentos empresariais. Por cautela, continuo desconfiando de empresa que tem santo no nome.
* Wilson da Costa Bueno é jornalista, professor da UMESP e da USP, diretor da Comtexto Comunicação e Pesquisa. Editor de 4 sites temáticos e de 4 revistas digitais de comunicação

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Ano Novo Blog Novo



Após termos enfrentado inúmeros problemas em nosso antigo servidor estamos levando ao ar o nosso blog agora em novo endereço:http://unaic.blogspot.com/.
Estamos em fase de reestruturação mas logo estaremos com essas alterações finalizadas e podendo oferecer um serviço muito mais qualificado.
Aguardem!
Abraço, Equipe UNAIC

Estiagem Prejudica Produção de Feijão em Canguçu

Com 75% da primeira safra de feijão já colhida no Estado, o município com maior área plantada enfrenta perdas devido à seca. Localizado na Zona Sul, Canguçu já acumula quebra de 85% a 90% da previsão inicial de produtividade, estimada em 20 sacos por hectare.Conforme o chefe do escritório municipal da Emater Canguçu, Ilmes Pires da Rosa, as chuvas são escassas e localizadas desde agosto, época da implantação da cultura. "A colheita está muito reduzida. Até 15 de fevereiro deve estar tudo colhido", lamentou sobre os 6 mil ha cultivados por 5 mil famílias. O agrônomo observou que os produtores já estão providenciando pedido do seguro da agricultura familiar, o Proagro Mais. "A Emater já realizou 150 laudos de Proagro."Entre os cuidados de manejo de colheita, recomenda que os agricultores respeitem o ciclo da planta e que não promovam colheita com umidade, para não perder o grão. A Emater/RS finaliza para esta semana a parcial de colheita no RS. No entanto, o técnico de planejamento Renan Corá de Lima, adianta expectativa de produtividade em torno de 15 sacos/ha. "No máximo em um mês a lavoura estará colhida", diz, lembrando que algumas áreas do feijão plantado no cedo apresentaram média de até 25 sacos/ha.- Prazo para entrega de laudo do Proagro é prorrogadoO Conselho Monetário Nacional autorizou o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) a prorrogar o prazo de entrega dos laudos da estiagem para o pagamento do Proagro Mais. A partir de hoje a Emater/RS-Ascar terá 20 dias corridos para realizar as vistorias e mais dez dias úteis para encaminhar os resultados aos agentes de crédito. A medida é válida para essa safra e para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.Na próxima semana, em Porto Alegre, 25 técnicos da Emater/RS de todo o Estado estarão reunidos para montar estratégia de ação para a realização dos laudos. Entre as medidas a serem tomadas estão à negociação com agentes financeiros e outras instituições que também realizam o trabalho e o deslocamento de pessoal para os pontos mais críticos. Também serão estabelecidos os procedimentos necessários para evitar o trabalho dobrado junto aos bancos.A Emater/RS já recebeu 8.600 pedidos de avaliação, sendo que 6.500 já foram encaminhados para os agentes de crédito. As regiões administrativas da Emater/RS de Estrela e Erechim, seguidas por Pelotas, Caxias do Sul e Passo Fundo, são as que mais estão recebendo solicitação de vistorias. Conforme o coordenador de crédito rural da entidade, agrônomo Cezar Henrique Ferreira, a maior dificuldade hoje está no município de Canguçu. "São 6.200 comunicações nesse município e já foram realizadas 350", destaca o agrônomo.Segundo Caio Rocha, presidente da Emater/RS, em Canguçu o Escritório Municipal desenvolverá uma verdadeira força-tarefa para atender às solicitações dos agricultores prejudicados pela estiagem.O que é o PROAGRO: PROAGRO é um instrumento de política agrícola instituído para que o produtor rural tenha garantido um valor complementar para pagamento do seu custeio agrícola, em casos de ocorrência de fenômenos naturais, pragas e doenças que atinjam bens, rebanhos e plantações. Além disso, o Programa garante a indenização de recursos próprios utilizados pelo produtor em custeio rural, quando ocorrer perdas por essas razões.Fonte: Correio do Povo e Secretária Estadual da Agricultura e Abastecimento.Contribuição: Vinícius Pegoraro
Blog Canguçu em foco:
http://cangucuemfoco.blogspot.com/2009/01/produo-de-feijo-de-canguu-afetada-pela.html