Os agricultores familiares da região Sul do Estado, além de verem o gado de corte e leite morrer à míngua, também sofrem com a destruição das lavouras. Em Pedras Altas, segundo município a decretar situação de emergência, o prejuízo decorre tanto das áreas já plantadas - e não germinadas -, como das não plantadas em função da terra seca. Nem mesmo as chuvas esparsas que chegaram a ocorrer ajudaram.Das perdas totais no município que chegam a R$ 5 milhões, R$ 600 mil referem-se às áreas que deixaram de ser plantadas por falta de umidade no solo. Nas áreas já semeadas, o rombo deverá ser de, pelo menos, R$ 450 mil. Por enquanto, o escritório municipal da Emater de Pedras Altas aponta quebra de 50% na produção de grãos.O agricultor Joacir da Silva já amarga prejuízo de R$ 50 mil em sua lavoura de soja. Dos 220 hectares que pretendia plantar, conseguiu cultivar apenas 85 ha. "O que tenho aqui é um risco nascido. Ia colher 40 sacos/ha, mas do jeito que está, quem dera chegar a 15 sacos/ha." Depois chover na noite de quarta-feira, ele arriscou plantar mais 15 ha da oleaginosa. "Tenho esperança, mas acho que a planta só vai nascer e estará perdida."Na produção de leite, o prejuízo está estimado em R$ 28,2 mil por mês. Segundo o secretário da agricultura, Fábio Tunes, o município já registra queda de 51 mil litros/mês. Além de Pedras Altas, Candiota e Herval decretaram situação de emergência.A quebra nas agricultura também é retratada em Pinheiro Machado, município que pretende decretar emergência dia 10. Segundo o prefeito, Luiz Fernando Leivas, as circunstâncias já indicam perda de, pelo menos, R$ 10 milhões devido à seca. A situação fez com que apenas 500 ha do 2 mil ha previstos fossem semeados com milho. "Colheremos muito menos do que os 2,1 mil quilos/ha esperados em anos de condições climáticas favoráveis", diz o extensionista da Emater, Santo Siqueira. O produtor Dolvanir Teixeira preparou duas vezes os 2 ha para plantar milho, mas semeou apenas 1 ha. No feijão, deverá colher 2 sacos/ha enquanto previa 15 sacos/ha.No gado de corte, a perda de peso média dos animais chega a 40% conforme o secretário de agropecuária municipal, Adelino dos Santos. Na bacia leiteira, que conta com 400 vacas, a produção no mês de dezembro ficou em 63 mil litros de leite, quando deveria chegar a 120 mil litros.
Fonte: Correio do Povo - http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=242966
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