Em reunião histórica para o sindicalismo brasileiro, as Centrais Sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB e Nova Central decidiram, durante encontro na última quinta-feira (21/1), em São Paulo, convocar uma nova Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), que será realizada no dia 1º de junho.
No evento, que ocorrerá pela segunda vez na história recente do País - a 1ª Conclat foi há 29 anos, de 21 a 23 de agosto de 1981 - as centrais esperam reunir mais de 10 mil lideranças sindicais, para debater e aprovar um documento de propostas e definir de forma unitária o apoio a um candidato à presidência da República comprometido com o progresso e a ampliação das conquistas sociais.
"A Conferência será o momento de apontarmos coletivamente um conjunto de diretrizes, com a visão da classe trabalhadora, que as Centrais vão debater em todos os Estados. Será um instrumento de mobilização e ação sindical que contribuirá no processo eleitoral, demarcando campo com a
direita", afirma o presidente da CUT, Artur Henrique.
40 horas - As Centrais também decidiram realizar uma manifestação unificada no Congresso Nacional, dia 2 de fevereiro, em Brasília, em defesa da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salários. "Queremos que a proposta seja votada ainda neste primeiro semestre", destaca o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (Paulinho).
Cerca de 300 dirigentes das Centrais, Confederações, Federações e Sindicatos estarão na abertura dos trabalhos do Congresso, para pressionar os parlamentares a inserir a emenda Constitucional (PEC 231/95) que trata da jornada na pauta de votação do plenário da Câmara.
O presidente da CTB, Wagner Gomes, avalia que a convocação da Conclat vai elevar o protagonismo da classe trabalhadora na vida política nacional, além de potencializar sua influência nas eleições deste ano. "Será o fórum onde vamos dizer qual a candidatura que tem condições de implantar um projeto de nação focado na valorização do trabalho e na distribuição de renda".
História - Para o secretário geral da CGTB, Carlos Alberto Pereira, a Conferência será histórica, com o conjunto das Centrais "aprofundando a sua unidade". "Vamos ampliar as vitórias da classe trabalhadora, que apontam para o fortalecimento do nosso mercado interno, a defesa do pré-sal e maiores investimentos na industrialização do País".
Segundo o secretário Geral da UGT, Canindé Pegado, "este ano vamos substituir a Marcha da Classe Trabalhadora que fazemos todos os anos para Brasília pela Conferência a que dará maior visibilidade às reivindicações das Centrais Sindicais".
Luís Antonio Feltino, da Executiva da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), citou as infelizes e preconceituosas declarações de Boris Casoy e os ataques ao MST como exemplos dos gargalos a serem superados na comunicação, reforçando a necessidade da luta pela democratização dos meios.
Fonte: Diap e portais das Centrais
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