O relatório do Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos, divulgado na terça-feira (14), que ressalta os benefícios das culturas transgênicas foi recebido com ressalvas pelo professor da USP Paulo Kageyama, para o qual não se pode “assumir” o documento americano como verdade para o Brasil.
“Os EUA têm regras muito frouxas no caso dos transgênicos. Eles sempre foram liberais, são pela tecnologia e fim de papo”, disse Kageyama, representante do Ministério do Meio Ambiente na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), um dos órgãos do governo federal que aprova o plantio e a venda de variedades transgênicas.
O relatório americano afirma que plantas geneticamente modificadas podem ajudar a proteger o ambiente e a população de uma superexposição a pesticidas. O motivo alegado é a redução no uso de agrotóxicos ocorrido nos EUA com a introdução das variedades transgênicas.
Apesar disso, o uso dos transgênicos é criticado por ambientalistas, que temem o impacto ecológico e sobre a saúde humana das variedades modificadas.
Para Kageyama, os efeitos dos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) precisam ser estudados no longo prazo. “Hoje, a tecnologia é criada e aprovada muito rapidamente. Mas os problemas aparecem quando há grande escala.”
Kageyama afirma ainda que, no País, os transgênicos acabam atrapalhando os pequenos produtores e produtores de orgânicos, que têm suas plantações contaminadas pelos OGMs.
No Brasil, produtos que contêm uma proporção de transgênicos superior a 1% devem apresentar um selo especial, para informação do consumidor. (...)
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/04/2010.
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