O projeto intitulado “Transição Agroecológica: construção participativa do conhecimento para a sustentabilidade”, terá duração inicial prevista de quatro anos. A pesquisa pretende promover a articulação de uma rede nacional com interesse comum no enfoque agroecológico de pesquisa, para gerar e compartilhar conhecimentos, competências, recursos e infra-estruturas entre diversas instituições, núcleos e grupos de pesquisa, que possam ampliar a sinergia e a complementariedade necessárias para desencadear processos locais e regionais de transição agroecológica.
O projeto reúne 25 Unidades do Sistema Embrapa e 29 instituições, em cinco regiões do Brasil e conta com recursos iniciais, provenientes da Embrapa, de cerca de 2,5 milhões de reais.
“A eficiência produtiva do modelo agrícola atual vigente em grande parte das propriedades rurais brasileiras é indiscutível. Porém, diversos impactos sociais e ambientais, tais como: erosão dos solos, contaminação das águas superficiais e subterrâneas, redução da biodiversidade, perda de saberes tradicionais associados, dependência econômica, redução das oportunidades de trabalho e renda, êxodo rural e exclusão social podem estar associados a esse modelo em que a ênfase é a maximização da capacidade produtiva.
A organização do conhecimento agrícola agroecológico, obtido através de diversas pesquisas e de atividades práticas desenvolvidas em áreas produtivas espalhadas de Norte a Sul do Brasil, é um dos passos iniciais fundamentais para viabilizar alternativas que possibilitem a superação desses problemas e a transição agroecológica”, explica o líder do projeto e pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Carlos Alberto Medeiros.
Segundo ele, o projeto “Transição Agroecológica” vai trabalhar três eixos fundamentais para a consolidação da mudança no campo em prol da sustentabilidade, baseada na agroecologia. Os três eixos são: gestão do conhecimento empírico e científico existente, com ênfase na sua organização e transmissão para técnicos e produtores; geração de tecnologias, em prol da promoção desse sistema produtivo e, finalmente, levantamento, diagnóstico e análise de políticas públicas, instrumentos legais e de mercado que auxiliem no processo de consolidação da agroecologia.
Os principais impactos esperados pelos cerca de 200 profissionais envolvidos direta e indiretamente no projeto são: avanço da fronteira do conhecimento básico, em áreas científicas estratégicas, com conseqüências diretas sobre o padrão de produtividade dos sistemas de produção; melhoria da qualidade dos recursos naturais; redução da dependência econômica dos agricultores; fortalecimento das economias locais e regionais; melhorias da qualidade de vida e da segurança alimentar dos agricultores e consumidores, além de valorização dos saberes, da responsabilidade social e do reconhecimento público da importância da produção orgânica.
Mtb-SC 00825/9
Embrapa Clima Temperado Contatos: (53) 3275-8113
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