sexta-feira, 19 de agosto de 2011

CÁRITAS INFORMA - Crise na África pode matar 400 mil crianças somalis

A crise de fome, seca, conflitos e alta dos preços dos alimentos continuam a castigar o Chifre da África (região Nordeste do continente que compreende países como Somália, Uganda, Etiópia, Quênia, Djibuti e Eritréia). A crise na Somália, por exemplo, já matou 30 mil crianças de fome e já é considerada a pior dos últimos 60 anos.

 

Aproximadamente 400 mil crianças somalis podem vir a morrer de fome em breve se nenhuma medida urgente for tomada. As informações são da agência de notícias Associated Press. A advertência foi feita após a visita do secretário de Desenvolvimento Internacional da Grã-Bretanha, Andrew Mitchell, à capital da Somália, Mogadíscio.

 

O ministro se reuniu com líderes do governo local e com representantes de grupos humanitários internacionais. Esta foi a primeira vez que um ministro britânico visitou a cidade nos últimos 18 anos. No país vizinho, Quênia, Mitchell disse que a Grã-Bretanha doará ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) o equivalente a mais de 41 milhões de dólares em ajuda adicional.

 

A falta de ajuda alimentar deixa 3,6 milhões de pessoas sob o risco da fome no sul da Somália. No total, mais de 12 milhões de pessoas estão sentindo os efeitos da estiagem, a pior em décadas. Os dados são da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).

 

A CNBB e Cáritas Brasileira (organismo vinculado à CNBB) estão organizando uma campanha humanitária em favor dos países africanos.

 

Fonte: CNBB / Rádio Vaticano

 

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

PORTARIA DO MAPA CREDENCIA ANÁLISE DA QUALIDADE DO LEITE NA REGIÃO PDF

 Saiu, oficialmente, a decisão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, que credencia o Laboratório de Qualidade do Leite, do Centro de Pesquisa Agropecuária de Clima Temperado – CPACT, da EMBRAPA/Clima Temperado-Pelotas. O credenciamento com base em todos os dispositivos legais se deu através da Portaria DAS nº 143 de 04 agosto  de 2011, da Secretaria de Defesa Agropecuária do MAPA, Coordenação Geral de Zoneamento Agropecuário, Departamento de Gestão de Risco Rural/Secretaria de Política Agrícola, assinada pelo secretário Francisco Sérgio Ferreira Jardim. Este pleito vinha sendo reivindicado pela AZONASUL – Associação dos Municípios da Zona Sul, com forte apelo no sentido de seu atendimento pelo então presidente da entidade e prefeito de Canguçu Cássio Mota, fruto de várias discussões sobre a importância desse credenciamento para a cadeia produtiva do leite da Região, em várias reuniões em Brasília.

Fonte: http://www.cangucu.rs.gov.br/
 

FAO convoca reunião de emergência em Roma sobre a fome na África

Folha de São Paulo, 09/08/2011 - 13h19

DA EFE

A FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) convocou nesta terça-feira uma reunião urgente em Roma para o dia 18 de agosto com o objetivo de buscar com ministros e especialistas soluções para a grave fome que assola o continente africano.

"Nesta reunião, para a qual foram convocados os ministros de Agricultura dos 191 países membros da FAO, serão avaliadas a atual situação, as necessidades e déficits da crise, e serão identificados programas concretos para o Chifre da África", anunciou em um comunicado esta agência das Nações Unidas.

A fome afeta cerca de 12,4 milhões de pessoas em Somália, Djibuti, Etiópia e Quênia, segundo dados da FAO.

"Trata-se de uma reunião de alto nível para estabelecer medidas urgentes em resposta ao agravamento da crise no Chifre da África", indicou a entidade.

A FAO elaborou um "roteiro" para apoiar a recuperação a curto prazo da agricultura na região, que requer de forma imediata fundos estimados em 103 milhões de dólares, segundo este comunicado.

O encontro assentará as bases para a conferência de doadores convocada pela União Africana na Etiópia para o dia 25 de agosto.

Durante a reunião de Roma será debatida a forma de ajudar a população a superar a crise e enfrentar a falta imediata de alimentos.

"Serão estudadas diversas medidas, entre elas o fomento a programas de 'dinheiro por trabalho' para a agricultura e a captação para o uso da água", explicou a entidade especializada em lutar contra a fome no mundo e que prepara programas de desenvolvimento a médio e longo prazo para a região.

Os participantes manterão "um enfoque de mão dupla para resolver a situação de fome na Somália e, de forma mais ampla, a emergência no Chifre da África", anunciou a FAO.

A FAO solicitou 161 milhões de dólares para salvar as vidas e os meios de subsistência de milhões de camponeses e criadores de gado na região do Chifre da África, devastada pela seca, e recebeu ou conta com compromissos que somam 57 milhões de dólares.

"É vital que salvemos vidas hoje e que salvemos também os meios de subsistência dos quais as vidas das pessoas dependerão amanhã", declarou Rod Charters, coordenador regional de emergências e reabilitação da FAO.

Na semana passada, a organização pediu uma intervenção "de grande envergadura" para combater a fome na região.

"A fome está afetando três regiões ao sul da Somália (...) e as demais regiões da parte meridional do país vivem uma situação de emergência humanitária que provocou a morte de milhares de pessoas", indicou a FAO em um comunicado publicado em Roma.

Metade das famílias no noroeste do Quênia come uma vez por dia

Folha de São Paulo, 08/08/2011 - 15h20

DA EFE

Cerca de metade das famílias vivendo na região de Turkana, no noroeste do Quênia, não consegue se alimentar mais de uma vez ao dia, segundo relatos do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), por causa da grave seca que assola a região do Chifre da África.

A situação dos quenianos na região fronteiriça com Uganda, Sudão do Sul e Etiópia fica pior devido à ameaça de ladrões sudaneses e etíopes que criam obstáculos à distribuição da ajuda alimentar, de acordo com a Cruz Vermelha local.

Segundo dados do governo do Quênia, publicadas pelo jornal local "Daily Nation", a seca já causou a morte de mais de 3,5 milhões de cabeças de gados no país, o que representa uma perda aproximada de 490 milhões de euros. Ainda não há números estimados de pessoas mortas.

A ONU (Organização das Nações Unidas) estima que a seca e a fome que atingem a região do Chifre da África colocou mais de 11 milhões de pessoas em uma situação humanitária crítica, especialmente na Somália, onde cinco regiões foram declaradas oficialmente em estado de fome.

O complexo queniano de Dadaab, no leste, é o maior campo de refugiados do mundo na atualidade, atraindo centenas de somalis diariamente.

Mulheres e crianças da região de Turkana, no noroeste do Quênia, aguardam pela distribuição de comida.


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

CCJ aprova proibição de agrotóxico associado a suicídio

 
 A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou na última terça-feira (2) o Projeto de Lei 2691/97, do deputado Fernando Ferro (PT-PE), que proíbe a produção, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação e a exportação dos produtos agrotóxicos cujo princípio ativo seja o organofosforado (composto orgânico que contém fósforo em sua fórmula) Metamidophos. A proposta torna todas essas atividades crimes, passíveis da pena de detenção de seis meses a dois anos, além do pagamento de multa.

O Metamidophos é um insecticida utilizado principalmente nas culturas de amendoim, tabaco, pimenta e trigo. Seu uso tem sido discutido porque se suspeita ser a causa da morte de trabalhadores rurais por hemorragias e suicídios.

O relator, deputado Dilceu Sperafico (PP-PR), recomendou a aprovação da medida. Ele apresentou, porém, uma emenda para excluir o artigo do projeto que atribui ao Poder Executivo prazo para regulamentar a matéria. Segundo o relator, esse dispositivo contraria o princípio da separação dos poderes. "Quanto ao mérito, a proposta é oportuna e significa inequívoco progresso na legislação brasileira de agrotóxicos", disse Sperafico.

De acordo com o autor do projeto, o exemplo mais famoso de agrotóxico com o princípio ativo Metamidophos é o Tamaron, que seria usado em larga escala na Região Sul em lavouras de fumo. Conforme Fernando Ferro, pesquisa que indica que o uso desse agrotóxico estaria associado ao elevado índice de suicídio na cidade de Venâncio Aires (RS). "Estudos experimentais e relatos de casos têm demonstrado que várias funções cerebrais superiores podem ser afetadas pelos organofosforados", afirmou o deputado. Ele ressaltou que o Metamidophos já é proibido no Reino Unido e na China.



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Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida
Secretaria Operativa
fone: (11) 3392 2660



sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Feijão Transgênico em discussão

Aldo Rebelo está fazendo escola. Basta ver a carta do presidente da CTNBio Edílson Paiva encaminhada esta semana ao ministro Aloizio Mercadante, com cópia para a presidente Dilma Rousseff e outros órgãos. O tom é de defesa nacionalista do feijão transgênico e de inconformidade com as críticas do Consea ao produto desenvolvido pela Embrapa, ora sob análise da CTNBio.
 
Para deleite de Rebelo, Paiva critica o "dissimulado alinhamento" do Consea a "ONGs estrangeiras atuantes no Brasil", embora não se tenha notícia até o momento de qualquer organização internacional que se manifestou sobre o tema. Mas discutir a nacionalidade das organizações é abraçar a ideologia e fugir da questão. Trata-se de um produto novo, nunca produzido nem consumido em nenhum lugar.
 
A nova semente, que resiste a um vírus, foi testada a campo em apenas 3 localidades do país, mas seu pedido de liberação comercial é para cultivo no país todo. Não se tem dados sobre como a nova variedade interage com os demais ecossistemas brasileiros. A modificação genética foi inserida em apenas um tipo de feijão, mas se aprovada ela poderá ser cruzada com qualquer outro, como o carioquinha, o preto, o manteiga e assim por diante. Quem ler o processo da Embrapa verá que foram obtidos resultados não esperados no cruzamento da planta modificada com essas outras variedades. Essa é uma questão de biossegurança e que deve ser respondida. Estranho seria se questões assim não fossem levantadas.
 
Na carta, Paiva antecipou seu voto em processo ainda sob análise na comissão que preside, afirmando ser este um "motivo de orgulho nacional" e que pode "se transformar numa fonte de royalties para o país".
 
Eremildo, o idiota, a quem Elio Gaspari volta e meia se refere para explicar determinadas situações, acharia que não passou de coincidência o fato de o agora engajado defensor do transgênico verde e amarelo Zander Navarro ter distribuído em sua lista de e-mails a carta da CTNBio, com data de 01/08, sem papel timbrado oficial nem a assinatura de Paiva, sendo que o ofício encaminhado ao ministro é de 02/08. Os argumentos ali presentes remetem o leitor sem escalas a artigo do professor gaúcho publicado na Folha de São Paulo (07/07) que se refere ao feijão transgênico como "Um feito digno de manchetes, que nos enche de orgulho." No mesmo artigo, também para deleite de Rebelo, o professor Navarro escreve que o parecer das duas principais entidades científicas do país sobre o código florestal é uma "intervenção inútil" que "parece ter sido feito às pressas".
 
Paiva repete a três por quatro que a CTNBio é coisa para especialistas, que lidam com biologia molecular, e critica com a mesma frequência a presença, por exemplo, de advogados na Comissão. Mas para um sociólogo como Navarro ele bem que abriria exceção.
 
O ministro Mercadante esteve na última reunião da CTNBio e defendeu a pluralidade de visões neste que ele considera "um espaço de disputa onde deve prevalecer a transparência". O pedido de liberação do feijão transgênico da Embrapa deve ser votado agora no dia 11, e a controvérsia está na mesa.
 

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Milho transgênico chega a 65% da safra

Valor Econômico


Valor, 02.07.2011

 

Milho transgênico chega a 65% da safra

Gerson Freitas Jr. | São Paulo

A adoção do milho transgênico pelos agricultores no Brasil avança em ritmo surpreendente. Apenas quatro anos desde a sua liberação pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), as sementes geneticamente modificadas deverão ocupar aproximadamente dois terços da área destinada à cultura na safra 2011/12.

Ao todo, somando-se os plantios de verão e inverno, mais de 9,1 milhões de hectares deverão ser plantados com milho transgênico, uma expansão de 21,4% em relação à temporada passada.

Já na safra de verão, que começa a ser cultivada nas próximas semanas, cerca de 54% das lavouras de milho deverão serão transgênicas, em comparação aos 44,5% no ano passado. Na de inverno, cujo plantio acontece no primeiro trimestre de 2012, o índice pode chegar a 80,4%, ante 74,9% na última temporada.

Os números constam em um levantamento realizado pela consultoria mineira Céleres, obtido com exclusividade pelo Valor, sobre a adoção da biotecnologia no Brasil. De acordo com a pesquisa, que leva em conta as estimativas de oferta por parte da indústria de sementes e expectativa de demanda por parte dos produtores rurais, os transgênicos deverão responder por mais de 70% das vendas de sementes neste biênio.

A CTNBio, órgão responsável pela liberação da pesquisa e comercialização de transgênicos no país, já liberou 16 variedades de milho geneticamente modificados - cinco delas, nos últimos 12 meses. Para a nova safra, prevê a Céleres, 32% da safra será resistente a pragas, como a lagarta do cartucho, 4,9% terá tolerância ao uso de herbicidas e 17,2% combinará essas duas características.

De acordo com o diretor da Céleres, Anderson Galvão, a tendência é que os transgênicos respondam por aproximadamente 77% da área de milho nos próximos anos. "Esta é a área nas mãos dos agricultores mais tecnificados, que produzem com uso de tecnologia", explica. Segundo o especialista, cerca de 23% da área de milho no Brasil ainda é cultivada sem qualquer investimento ou assistência técnica, com prejuízos significativos à produtividade das lavouras.

No mercado de sementes certificadas, contudo, o domínio dos transgênicos deve ser absoluto. A Pioneer, líder no segmento, estima que entre 85% e 90% das vendas para a próxima safra serão de híbridos transgênicos. "A demanda dos produtores por essa tecnologia tem sido muito grande, a área plantada com milho deverá se recuperar e o produtor está muito capitalizado", afirma Roberto Rissi, diretor executivo da companhia. Segundo ele, as vendas de sementes de milho deverão crescer 30% nesta temporada.

Ainda segundo o levantamento da Céleres, a área ocupada com lavouras transgênicas de soja deverá crescer 13,4% e atingir 82,7% do total, ante 76,1% na temporada 2010/11. No algodão, o índice de transgenia deverá ser de 39%, ante 26,7% em 2010/11. Segundo Galvão, a adoção da soja transgênica evolui em um ritmo mais lento que a do milho devido à dificuldade em se fazer pesquisa durante os anos em que a tecnologia era proibida no Brasil. Embora seja cultivada desde os anos 90, a soja geneticamente modificada só foi liberada no Brasil em 2005.

"Até então, muitos produtores usavam variedades que foram desenvolvidas para as condições de clima e solo da Argentina, o que comprometia a produtividade. Nos últimos anos, as empresas puderam combinar a transgenia com variedades mais adaptadas às nossas condições", explica.

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de transgênicos, atrás apenas dos Estados Unidos. Segundo a ISAAA, o país plantou 25,4 milhões de hectares com transgênicos na temporada 2010/11. Para a próxima safra, estima a Céleres, a área chegará a 30,4 milhões de hectares.