sexta-feira, 29 de maio de 2009

UNAIC e Forum da Agricultura Familiar da Região Sul realizam evento sobre legislação ambiental

A UNAIC e o Fórum da Agricultura Familiar da Região Sul do RS, convidam os Agricultores Familiares e representantes da Comunidade Canguçuense para um Seminário sobre Legislação Ambiental a ser realizado no dia 02 de junho de 2009, no CETAC – Centro de Treinamento de Agricultores de Canguçu , com a seguinte a Programação:

9h 30min - 9h 45min
Abertura, Apresentação dos Participantes e Informes Gerais;

9h 45min – 12h 30min
. Apresentação e Discussão sobre Legislação Ambiental:
Palestrante - Haroldo Behrwald, é Engenheiro Agrônomo do DEFAP (Departamento de Florestas e Áreas Protegidas) da SEMA (Secretaria Estadual do Meio Ambiente).
12h 30min – 13h 30min
· Almoço
13h 30min – 15h 30min
· Propostas para a agricultura Familiar da Região Sul
15h 30min – 16h
Assuntos Gerais, Encaminhamentos e Definição da pauta da próxima reunião; Encerramento.



Atenciosamente,


Luis Fernando Wolff e Cléu Ferreira
Representantes da Coordenação do Fórum da Agricultura Familiar da Região Sul do RS

quarta-feira, 27 de maio de 2009

UNAIC altera horário de atendimento

A UNAIC alterou o seu horário de atendimento , a partir desta quarta 27/05, o horário de atendimento ao público será de segunda a sexta feira das 8:00 as 12:00 hs , e das 13:00 as 17:30 hs.

A UNAIC atende pelos fones : 53- 3252.1011 e 3252.3444 ou ainda no e-mail unaic@unaic.com.br

terça-feira, 26 de maio de 2009

ARPA-SUL Inaugura Feira Ecológica em Canguçu


A Associação Regional de Produtores Agroecologistas da Região Sul- ARPA-SUL, estará inaugurando na próxima quinta -feira 28/05 as 8:00 hs da manhã a 1ª Feira Ecológica do municipio, o ponto de feira será instalado na rua Maria Conceição Moreira Bento , na quandra entre as ruas Gen Osório e Gen. Câmara.


Os Produtos apresentados pela ARPASUL em suas feiras são produzidos de amneira orgânica, sem uso d eagrotóxicos e adubos químicos sintéticos e solúveis.

A produção e comercialização é realizda pelos próprios agricultores que recebem orientação técnica do CAPA - Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor além da EMBRAPA e UFPEL.


A partir do dia 28/05 as feiras serão realizadas todas as quintas-feiras no horário das 7:00 às 13:00 hs.

Particpe e incentive essa idéia!

UNAIC Comercializa Produtos Orgânicos em sua Loja



A UNAIC está revitalizando a sua loja localizada na Av. Exercito Nacional,225 no Centro.

Dentre os produtos alimenticios comercializados estão: Sucos, Doces, Geléias, produtos derivados de pimenta, erva-mate, feijão, farinha e demais produtos



Além de produtos alimentícios a UNAIC também, dispõe de uma ampla gama de produtos para a alimentação animal , e também de insumos orgânicos, além das já tradicionais Sementes Crioulas produzidas pelos gricultores familiares ligados a instituição.

Essa semana a UNAIC, está com uma ampla promoção de Mudas de frutas cítricas no valor de R$ 10,00 cada.



Informações nos fones : 53-3252.1011 / 3252.3444 ou no e-mail: unaic@unaic.com.br

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Organizações e entidades realizam 8ª Jornada de Agroecologia

A atividade acontece no Sudoeste do Paraná, região referência na produção da agricultura familiar e luta dos trabalhadores, como a Revolta dos Colonos em 1957

Com o lema, Terra Livre de Transgênicos e Sem Agrotóxicos: Construindo o Projeto Popular e Soberano para a Agricultura, entre os dias 27 e 30 de maio, as organizações e entidades de agricultores familiares e camponeses promovem a 8ª Jornada de Agroecologia, no Parque de Exposições de Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná.

As Jornadas de Agroecologia tiveram início em 2002, e hoje cumprem um papel fundamental na ampliação de expressão da agricultura familiar e camponesa junto à sociedade e às instituições governamentais, técnicas, científicas: de ensino e pesquisa.

Segundo o integrante da Via Campesina, José Maria Tardin, o evento é uma articulação de várias entidades ligadas aos trabalhadores do campo. “Estamos construindo uma ação permanente e aglutinadora de articulação em torno da proposta de agricultura familiar e camponesa voltada para a produção agroecológica, buscando a preservação do meio ambiente e recursos naturais, e o fim da dependência dos agricultores com as grandes transnacionais da agricultura”, explica.

A Jornada tem como objetivo principal fomentar a articulação de organizações do campo e cidade em todo país, na defesa de um projeto popular para a agricultura familiar e camponesa, baseado na agroecologia. “Também defendemos a luta constante contra o latifúndio, a violência e a impunidade no campo e o trabalho escravo; combatemos o agronegócio, as transnacionais, o uso de agrotóxicos, transgênicos, e a nanotecnologia, que vêm perpetuando suas tecnologias da morte na sociedade”, afirma Tardin.

Este ano, a expectativa é reunir cerca de 4.000 participantes, entre pequenos agricultores, camponeses, trabalhadores rurais, técnicos, pesquisadores, engenheiros agrônomos, ecologistas, estudantes de várias áreas. Também haverá participação de delegações do Paraguai, presença de africanos e cubanos.

O encontro ocorre em Francisco Beltrão, pois o Sudoeste do estado conta com várias organizações, entidades e movimentos sociais, que ao longo dos anos se tornaram referência nacional, na luta da agricultura familiar e dos trabalhadores rurais. Como a revolta dos Colonos, que aconteceu em 1957, quando os pequenos agricultores pegaram em armas para lutar pelo direito à terra.

A 8ª Jornada de Agroecologia é promovida pela Via Campesina, Fetraf-Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da região Sul - FetrafSul/CUT, Fórum Regional de Entidades da Agricultura Familiar e Escola Latino-Americana de Agroecologia. Programação Durante 8ª Jornada de Agroecologia estão previstas conferências, palestras e debates, oficinas e seminários, com exposição e apresentação de experiências, realização de feira e festa de sementes e alimentos agroecológicos, para troca e comercialização, além de espaços de promoção da cultura camponesa.


A abertura será as 9h30, do dia 27, e a partir das 14h, os participantes realizam uma marcha até a praça de Francisco Beltrão (localizada em frente ao banco Itaú), em Defesa da Reforma Agrária, Soberania Alimentar, da Agroecologia, das Sementes Crioulas e da Biodiversidade.


No dia 28, durante à tarde estão previstas cerca de 80 oficinas com troca de experiências de práticas agroecológicas que vêm sendo desenvolvidas pelos agricultores, pesquisadores e entidades que participam da atividade. No dia 29, a partir das 15h, acontece o Ato de Formatura da Turma “Mata Atlântica”, graduada em Agroecologia, da Escola Latino-Americana de Agroecologia da Lapa-PR. E um Ato Político com a presença de autoridades nacionais e estaduais, para debate e apresentação de propostas em políticas públicas, a serem adotadas pelos governos para a promoção e fomento da agroecologia, no país. Neste dia, das 10h às 12h, também ocorre a festa das sementes.


Os participantes ainda terão a oportunidade de visitar o Túnel do Tempo, que conta a história da humanidade e da agricultura no mundo. A iniciativa é um projeto construído por estudantes do Colégio Estadual Francisco Neves Filho, de São João do Triunfo/PR, orientado pela equipe pedagógica do Colégio. Formado por 18 fases, o projeto funciona como um labirinto, dentro do qual os visitantes caminham e encontram, a cada fase, um cenário característico do período histórico que é explicado pelos estudantes.


Histórico



Além do evento anual, a Jornada de Agroecologia tem se firmado, por meio de um processo de atividades que ocorrem durante todo ano em diversos locais. Os encontros são referência na busca de conhecimentos e debates em torno da construção de uma nova matriz tecnológica para a agricultura familiar e camponesa.

Os três primeiros eventos (2002, 2003 e 2004) aconteceram no município de Ponta Grossa/PR, e os outros quatro (2005, 2006, 2007 e 2008) em Cascavel.

Os resultados práticos se multiplicam, na implantação de campos de sementes crioulas em pequenas propriedades e assentamentos, produção agroecológica, feiras da agricultura camponesa, centros de estudo em agroecologia e outras iniciativas. Para a formação de técnicos em agroecologia as organizações dos agricultores familiares e camponeses criaram três escolas de ensino médio e uma superior no estado. Destacando-se a Escola Latino-Americana de Agroecologia, no município da Lapa/PR.

fonte: comissão organizadora da 8ª Jornada

domingo, 24 de maio de 2009

Semana dos Alimentos Orgânicos realiza mais de 80 eventos no Rio Grande do Sul


III SEMANA DOS ALIMENTOS ORGÂNICOS

Inicia neste domingo (24) em todo o Brasil a Semana dos Alimentos Orgânicos. O evento, que se estende até o dia 31, de maio visa esclarecer os consumidores sobre o que são os produtos orgânicos, fazendo uma abordagem em relação aos benefícios ambientais, sociais e nutricionais, com o objetivo de estimular o consumo. Somente no Rio Grande do Sul estão programados mais de 80 eventos, que vão de palestras, oficinas, sorteios de cestas com produtos orgânicos, degustações, cursos de culinária, entre outras atividades.

Confira a Programação da Semana em Canguçu :

25 /05 – Segunda – 9hs - Palestra com Visita de Intercambio a propriedades agroecológicas – Escola 20 de Setembro – Rincão dos Maias . Coordenação ARPASUL

26/05 – terça – 9hs - Palestras sobre Agroecologia – Colégio Franciscano Nossa Senhora Aparecida – Coordenação ARPASUL.

28/05 – Quinta – 7 hs - Inauguração da Feira Agroecológica da ARPASUL – ao lado do Banco Santander.

Coordenadora do CPORG/RS destaca aumento da quantidade de municípios envolvidos

Segundo a coordenadora da Comissão Estadual de Produção Orgânica no Rio Grande do Sul (CPOrg-RS), do Ministério da Agricultura, Angela Escosteguy, a quantidade de eventos que se realiza no estado demonstra o crescimento que vem ocorrendo nesse setor. Ela lembra que em 2006, primeiro ano em que o Rio Grande do Sul participou foram realizados nove eventos, todos em Porto Alegre. Nos dois anos seguintes a participação estendeu-se para alguns municípios do interior, abrangendo o total de 42 atividades.

Hoje a situação é diferente. “Neste ano já temos mais de 40 municípios integrados ao nosso trabalho, o que demonstra a conscientização dos consumidores para a utilização dos produtos orgânicos”, explica. Ela credita o sucesso da expansão deste ano à integração e esforço da Comissão Estadual, “cujo objetivo justamente é auxiliar o desenvolvimento da produção orgânica, tendo por base a integração entre os diversos agentes da rede de produção orgânica do setor público e do privado, e a participação efetiva da sociedade”.

Os parceiros também têm aumentado e se diversificado. Além de ONGs, temos a participação de governos, estabelecimentos de ensino, desde a pré-escola até pós-graduação em universidades, e o segundo setor, como lojas, restaurantes e grandes redes de supermercados, complementa Angela Escosteguy.


Princípios agroecológicos

A produção orgânica tem como base princípios agroecológicos que orientam o desenvolvimento de sistemas produtivos, os quais buscam preservar a vida e promover a sustentabilidade econômica, social e ambiental. O consumidor desse tipo de produtos, além de levar para casa um alimento saudável proveniente de um sistema produtivo que não utiliza agrotóxicos ou materiais sintéticos, contribui para o fortalecimento de uma outra forma de ver a produção agropecuária e agroindustrial, onde se pensa na produção de substâncias essenciais à vida, considera-se o respeito à Terra e a todos os seres vivos que nela habitam.

No texto de divulgação da semana, o Ministério da Agricultura destaca que a “consciência do consumidor levará ao fortalecimento dos produtores orgânicos, em grande parte agricultores familiares responsáveis pela prestação de serviços ambientais fundamentais para a sobrevivência do planeta, como a manutenção da quantidade e qualidade da água e a preservação da biodiversidade. É preciso proporcionar a esses consumidores um maior acesso a informações sobre os sistemas orgânicos de produção e aproximá-los das pessoas envolvidas com esta proposta”.

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Fonte: http://www.ecoagencia.com.br

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Agricultores familiares atingidos por seca e enchentes receberão R$ 950 milhões

Agricultores familiares das regiões Norte, Nordeste e Sul do País irão receber R$ 950 milhões para minimizar os efeitos da seca e das enchentes dos últimos meses.
Os recursos destinados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) beneficiarão mais de 300 mil famílias em municípios do Acre, Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.“Conversamos muito com os movimentos sociais, prefeitos, deputados e conseguimos sintetizar nessas medidas as demandas que recebemos”, defendeu o ministro Guilherme Cassel, nesta quinta-feira (14), durante o anúncio das medidas de apoio aos agricultores.
As ações foram formuladas para que nenhum agricultor dos municípios em estado de emergência precise pagar nada em 2009. Por isso, houve prorrogação das parcelas do custeio e investimento do Pronaf, criação de um crédito emergencial e apoio para alimentação animal nos estados do Sul.Novos prazosO custeio do Pronaf foi estendido até 1º de agosto de 2009 para os agricultores familiares do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. E no Norte e Nordeste, até 1º de outubro de 2009.
A ação vai beneficiar 144 mil contratos no valor de R$ 594 milhões.“Os agricultores têm até essas datas para procurar a sua agência bancária e renegociar a parcela em até três anos. Eles vão pagar a primeira parcela só em 2010”, explicou o ministro.Os produtores com contratos de investimento do Pronaf do Banco da Terra, do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) e do Procera poderão solicitar ao banco a prorrogação da parcela de 2009 por mais um ano após o vencimento do contrato.
No total, há 123 mil contratos no valor de R$ 961 milhões nessa situação.
Nova linha de crédito
Além de pensar no endividamento desses agricultores, o MDA quer garantir a recapitalização deles. O ministro explicou que o Ministério “criou uma linha de crédito emergencial no valor de R$ 1,5 mil para o agricultor comprar o que quiser”.
O produtor deve procurar o banco e solicitar o crédito pelo Pronaf. Ele poderá pagar em dois anos, com juros de 0,5% ao ano. “Em 10 dias o recurso já estará nos bancos. Garantimos R$ 285 milhões só para isso”, destacou Cassel. Outra medida, específica para a região Sul, vai garantir a produção de leite nesses estados. O MDA fez acordo com a Conab para abrir uma operação especial. “A Conab vai vender milho ao preço mínimo para os agricultores”.
Cada produtor poderá comprar 50 sacas de milho ao custo de R$ 16,50 por saca, o que deve assegurar a alimentação dos animais por até três meses. “Queremos garantir a alimentação do gado e a renda do produtor. Assim, mantemos a produção e o preço para o consumidor”, afirmou Cassel. A Conab levará milho de outros estados, especialmente do Mato Grosso, para a região Sul do País.

A CNBB e a Cáritas Brasileira lançaram a campanha SOS Norte e Nordeste

A CNBB e a Cáritas Brasileira lançaram a campanha SOS Norte e Nordeste, em solidariedade a milhares de pessoas desabrigadas em virtude das enchentes. Três contas bancárias foram abertas para doação em dinheiro (ver cartaz abaixo, clique na imagem para ampliar).

Segundo a Cáritas, mais de 800.000 pessoas foram atingidas pelas enchentes nas regiões Norte e Nordeste, as enchentes destruíram casas, meios de produção e assolam também toda a infraestrutura pública das regiões.

A Cáritas informa que todo o recurso arrecadado será utilizado no atendimento imediato as vítimas através da reconstrução de casas, reconstrução dos meios produtivos. outras informações no site da instituição: http://www.caritas.org.br/ no e-mail caritas@caritas.org.br ou pelo fone: 61-3214.5400.




fonte: Cáritas Brasileira

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Agricultores familiares exigem medidas dos governos estaduais e federais em manifestações


Para garantir medidas práticas e emergenciais por parte do governo do Estado e do governo federal, agricultores familiares estiveram mobilizados nos três estados do Sul cobrando ações efetivas para amenizar os efeitos da estiagem e políticas que garantam a renda no campo. Para exigir medidas imediatas do governo federal, os agricultores seguiram mobilizados aguardando os resultados da audiência em Brasília entre a Fetraf e o MDA que iniciou às 14 horas.

No final da tarde, foram anunciadas as medidas acertadas na reunião que chegam em torno de R$ 1,5 bi. Uma delas é a criação de uma linha de crédito no valor de R$ 1.500,00 por família, com juros de ½% ao ano, para os municípios que decretaram situação de emergência reconhecida pela Defesa Civil do Estado. Esses recursos poderão ser devolvidos em até dois anos e ser utilizados para compra de alimentos, ração, sementes e somam R$ 285 mi. A Conab também anunciou que vai colocar à disposição a distribuição de milho, via cooperativas, de até 50 sacas por família, com a garantia de um preço mínimo. Esse investimento soma R$ 50mi.

Com relação ao Pronaf Investimento, o MDA anunciou que todas as dívidas vencidas este ano ou que estão vencendo ficam prorrogadas até o final de agosto, inclusive as que estão vencendo nesta sexta-feira (15.05). Os agricultores que fizeram o Pronaf Custeio na última safra e não tem seguro poderão pagar sua dívida em até três anos. Quem tem financiamentos com Banco da Terra, Procera ou Crédito Fundiário fica enquadrado nos mesmos moldes do Pronaf Investimento com relação ao prorrogamento da dívida até o final de agosto. Os agricultores que tem seguro terão a cobertura normal e o MDA estima que serão destinados cerca de R$ 463mi.

O Ministério de Desenvolvimento Social também anunciou medidas. Nos municípios que decretaram situação de emergência, o ministério vai dobrar o valor do PAA(Programa de Aquisição de Alimentos) para que os agricultores possam vender a produção. Também será criado um programa de construção de cisternas para captação de água da chuva com recursos financiados a fundo perdido e o direcionamento das emendas parlamentares para as regiões onde existem mais famílias atingidas. Outra ação é a destinação de cestas básicas para as famílias mais necessitadas e um bolsa-família direcionado para os agricultores dessas regiões.

O coordenador geral da Fetraf-Sul, Altemir Tortelli, destaca que ainda está em negociação o PGPAF (Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar) onde as famílias que fizeram financiamento e custeio da safra de 2008 poderiam ser inseridas no programa e receberem a diferença da queda de preço da produção.
"Nossas mobilizações nos três estados do Sul demonstraram a força dos agricultores e foram decisivas para os anúncios do Governo. Mas ainda vamos continuar negociando principalmente a questão das dívidas, porque na nossa avaliação ainda é necessário avançar mais, já que os agricultores estão passando pro uma situação de muita gravidade”, destaca.

No Rio Grande do Sul, representantes da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf-Sul) estiveram em audiência com a Casa Civil na manhã desta quinta (14), em Porto Alegre, mas não houve avanços nas negociações e ainda esperam uma audiência de negociação com a Governadora do Estado, Yeda Crusius, para a próxima semana. Um dos coordenadores das mobilizações da Fetraf no Rio Grande do Sul, Vilson Alba, a estimativa é de que o prejuízo com seca no Estado chegue a R$ 1,2 bilhão. São 210 municípios em Estado de Emergência e cerca de 200 mil agricultores familiares atingidos pela estiagem. Os agricultores também querem a implantação de um Programa para a anistia do pagamento do Troca-Troca da safra 2008/2009 ou reembolso para as famílias que já fizeram o pagamento como forma de garantir condições de o plantio da nova safra. Outra questão é com relação à ampliação dos recursos do programa estadual Pró-Irrigação para construção de açudes e cisternas sem custos para os agricultores.



Escrito por Luciane Bosenbecker - Imprensa Fetrafsul
14-Mai-2009

CCJ aprova identificação de alimentos transgênicos no rótulo

Projeto de Lei determina que os alimentos que contenham em sua composição final organismos geneticamente modificados em quantidade superior a 1% do total devem informar em suas embalagens que se trata de transgênicos.

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou nesta terça-feira (12) o Projeto de Lei 4148/08, do deputado Luís Carlos Heinze (PP-PR), que determina que os alimentos que contenham em sua composição final organismos geneticamente modificados em quantidade superior a 1% do total devem informar em suas embalagens que se trata de transgênicos.
A mesma informação terá que se afixada nas embalagens de alimentos pesados na ausência do consumidor, vendidos a granel ou in natura.
Por outro lado, rótulos dos alimentos sem esses organismos poderão trazer a inscrição "livre de transgênicos", desde que existam similares transgênicos no mercado brasileiro.
Lei claraO relator da matéria, deputado Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que a proposta "visa apenas consolidar em lei as normas sobre rotulagem de produtos com presença de organismos geneticamente modificados de forma clara, simplificada e esclarecedora".
Seguindo o parecer de Barros, a comissão rejeitou por inconstitucionalidade o Projeto de Lei 5848/05, do deputado Edson Duarte (PV-BA), a que estava apensado o PL 4148/08 e que trazia regras semelhantes, com muito mais exigências e que se aplicava apenas a produtos importados ou produzidos para exportação.
O relator entendeu que a proposta exigia uma série de informações técnicas e seu cumprimento poderia prejudicar a atividade econômica. Por isso, em sua opinião, ele infringe a livre concorrência, um dos princípios constitucionais gerais da atividade econômica.
"Qual a utilidade para o consumidor em saber que o gene doador da soja Round up Ready é o agrobacterium sp? Não há razoabilidade em encher os rótulos com informações técnicas que não esclarecem o consumidor", afirmou.
TramitaçãoPor ter sido rejeitado em parecer terminativo, o PL 5848/05 será arquivado. Já o PL 4148/08 segue votação pelo Plenário.
Íntegra da proposta:
- PL-5884/2005
- PL-4148/2008
Agência Câmara/EcoAgência

Pequeno produtor perde contratos por contaminação

O avanço da soja transgênica tem provocado enormes prejuízos aos pequenos produtores paranaenses. É o caso de Ademir Vicente Ferronato, de Medianeira, que em audiências públicas na Comissão da Agricultura da Câmara dos Deputados e na CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), contou como perdeu por duas vezes contratos especiais para a venda de soja convencional devido à contaminação do lote por sementes transgênicas.
Segundo ele, a última vez que a contaminação ocorre foi na safra de verão. Agora, a nova preocupação de Ferronato é o que pode ocorrer com o milho “safrinha” – o Paraná deve colher 17,4 milhões de toneladas. Sua pequena lavoura de sete hectares fica ao lado de um plantio de milho transgênico e a contaminação é iminente.
Mas a situação desse produtor não é a única. Inúmeros contratos especiais estão sendo cancelados. A Gebana Brasil, trading suíça que compra e negocia contratos na Europa, tem recusado a produção de muitos produtores da região Oeste do Paraná devido à contaminação por grãos geneticamente modificados.
A contaminação ocorre por várias razões, desde o uso de uma máquina que não tenha sido completamente limpa até a poeira produzida na colheita de um vizinho com lavoura transgênica. Entretanto, a mais comum ocorre através da pólenização das plantas.
Para os pequenos produtores do Paraná, esse tipo de contrato é muito importante. Sem escala de produção, os contratos para fornecimento de soja e milho orgânicos garantem remuneração maior por tonelada. O preço pago por tonelada de grãos orgânicos chega a ser de 15% a 20% maior que o negociado em ofertas de milho e soja transgênicos.

Fonte:Safra News

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Idec cobra ação sobre descontrole de transgênico

AGNALDO BRITO
da Folha de S.Paulo

O Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) e o FNECDC (Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa do Consumidor) encaminharam no último dia 7 carta ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, na qual cobram medidas imediatas em relação à falta de fiscalização da produção transgênica em todas as etapas da cadeia produtiva, incluindo o setor de carnes de frango e suína.
A carta é assinada por Lisa Gunn, coordenadora executiva do Idec, e Sezifredo Paz, presidente do Fórum Nacional.
As entidades pedem o cumprimento de regra que exige a informação sobre ausência ou presença de OGMs (organismos geneticamente modificados) no alimento ou ingrediente alimentar nos documentos fiscais. Também querem informações sobre medidas de fiscalização da produção de soja e milho e buscam saber o que foi adotado para evitar a contaminação de produções convencionais de milho, soja e algodão por transgênicos.
A depender das respostas, o conteúdo pode embasar nova representação da instituição ao Ministério Público Federal, que já está à frente de quatro ações que pedem cumprimento das regras de rotulagem.
De acordo com Andrea Lazzarini Salazar, advogada do Idec, a fiscalização efetiva do ministério é a única forma de garantir a informação sobre uso de OGMs na cadeia de processamento de alimentos sem a dependência exclusiva dos testes de detecção de DNA de organismos geneticamente modificados em alimentos altamente processados ou em carnes "in natura". Os testes feitos nesses produtos hoje não são conclusivos em relação ao não uso de OGMs.
A edição de ontem da Folha revelou que o país perdeu o controle dos transgênicos. No Paraná, maior produtor de grãos do Brasil, agricultores já anunciam que a maior parte da primeira safra de milho transgênica será misturada a grãos convencionais.
A situação preocupa a indústria. O uso de matéria-prima geneticamente modificada acima de 1% do total do produto exige das empresas a rotulagem. Na embalagem terá de constar a informação sobre o uso de grãos OGMs e a inclusão de um T em negrito dentro de um triângulo em amarelo.
Segundo o presidente da Abia (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação), Edmundo Klotz, a indústria tem evitado de todas as maneiras o uso desse "símbolo inadequado" nos produtos. A avaliação do setor é a de que, uma vez legalizado, os transgênicos são seguros como matéria-prima para consumo humano e animal. "Não somos contra a rotulagem, o que somos contra é a exigência de colocar um símbolo inadequado, um símbolo que inibe o consumo, que pode impactar a venda", disse.
Klotz afirma ainda que, mesmo com a redução da oferta de grãos convencionais devido ao avanço do plantio de sementes transgênicas no país, a indústria tem evitado "como pode" o uso de OGMs. Ele sustenta que o setor tem cumprido a exigência de rotulagem.
No campo, produtores independentes de suínos no Paraná admitem com tranquilidade que o uso de ração transgênica para as criações é rotineira e livre de qualquer fiscalização. "Não somos cobrados para fazer qualquer rotulagem. Ninguém está sendo cobrado por isso, nem os consumidores", diz Luiz Carlos Berto, presidente da Associação dos Produtores Independentes de Carne Suína do Paraná.
Fonte: Folha de São Paulo - 11/05/2009

Brasil perde controle do milho transgênico

AGNALDO BRITO
Enviado especial da Folha ao Paraná

O Brasil começa a colher em algumas semanas a primeira safra comercial de milho transgênico autorizada pelo governo. O tamanho exato dessa produção ninguém ainda sabe, nem a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
O certo é que uma parte importante dos 17,4 milhões de toneladas da produção prevista do milho safrinha terá a tecnologia Bt (sigla para Bacillus thuriengensis), pela qual um gene não existente na planta é inserido no DNA de algumas variedades de milho.
A missão dessa proteína é criar toxinas inseticidas que matam três tipos de lagarta quando elas ingerem qualquer parte da planta. Para os produtores, a tecnologia promete reduzir o número de aplicações de veneno nas lavouras.
Mas a grande preocupação do campo agora nem é exatamente o volume de produção de milho Bt, mas sim os riscos sobre os milhões de toneladas que não são geneticamente modificadas e que vão entrar na cadeia de produção de alimentos nas próximas semanas.
Os agricultores informam que a separação entre OGM (organismo geneticamente modificado) e não OGM será mínima. Procuradas, grandes indústrias consumidoras de grãos utilizados na produção de ração para frangos e suínos, como as gigantes Sadia e Perdigão, prometem manter políticas de aquisição de não OGMs. Como o farão não informaram.
A reportagem da Folha percorreu uma das maiores regiões de produção de grãos do país, o oeste do Paraná, e flagrou o plantio fora das regras impostas pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, maior autoridade em biossegurança do país) para o cultivo do milho transgênico. Mais: uma boa parte da nova safra desse OGM será colhida, transportada, armazenada e provavelmente processada sem nenhuma separação.
O assunto traz também uma enorme ameaça para boa parte da indústria de alimentos, cujo esforço tem sido o de tentar de todas as formas se enquadrar nos limites de até 1% de OGM na composição de seus produtos e evitar a rotulagem com o selo indicador de existência de transgênico.
O Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) acredita que o milho vai agravar um problema que já ocorre com a soja. O governo admite: "[A rotulagem] está sendo cumprida, [mas] não na abrangência que a lei requer", afirma Jairon do Nascimento, secretário-executivo da CTNBio, autoridade responsável por liberar 11 tecnologias transgênicas no país.
A propósito, a CTNBio considera a rotulagem "um luxo desnecessário". A alegação é que o consumidor deve confiar na segurança dos OGMs autorizados pela comissão.

Tudo misturado

A exemplo do que ocorreu com a soja transgênica, hoje quase que totalmente misturada às variedades convencionais, o milho, segundo os produtores, terá o mesmo destino.
O problema começa já na lavoura, com o risco real de contaminação de plantações convencionais ou orgânicas por plantas transgênicas. A possibilidade de uma planta polinizar outra (veja quadro) cria dúvidas sobre as garantias reais de que a lavoura convencional não receberá pólen transgênico.
A Seab (Secretaria Estadual de Agricultura e do Abastecimento do Paraná), Estado que mais tem combatido o avanço dos transgênicos no país, confere a eficácia das regras fixadas pela CTNBio que determinam espaços e tempos de plantios não coincidentes com o objetivo de não misturar milhos.
A reportagem da Folha acompanhou fiscais da secretaria num teste em plantação no município de Goioerê e constatou, em análise preliminar, traços de transgênicos em lavoura de milho convencional.
Segundo o engenheiro agrônomo Marcelo Silva, fiscal do Departamento de Fiscalização e da Defesa Agropecuária da Seab, há fortes indícios de que o afastamento exigido hoje não é suficiente para assegurar a coexistência com a tecnologia transgênica sem que ela contamine plantios convencionais ou orgânicos por polinização.
O assunto é polêmico, envolve risco de perda de contratos (o que já ocorreu com produtores de soja) e até o direito de produtores que não queiram adotar a tecnologia de companhias multinacionais de biotecnologia, como Monsanto, Syngenta, Bayer e outras.
O trabalho da Secretaria de Agricultura do Paraná pode culminar num enorme revés para a CTNBio, que admite que, se houver fatos novos no estudo de transgênicos, pode reavaliar as suas decisões.

Fonte: Folha de São Paulo - 10/05/09

quinta-feira, 7 de maio de 2009

UNAIC eleita para Comissão Estadual de Produção Orgânica

A UNAIC foi eleita para integrar a Comissão Estadual de Produção Orgânica no Estado (CPOrg), ligada ao Ministério da Agricultura, no biênio 2009/2011, a representação da entidade será realizada por Demaicon Peter, consultor de projetos da instituição.

A CPOrg têm por finalidade auxiliar o desenvolvimento da produção orgânica, tendo por base a integração entre os diversos agentes da rede de produção orgânica do setor público e do privado, e a participação efetiva da sociedade.

Criado em 2003, o Programa de Desenvolvimento da Agricultura Orgânica (Pró-Orgânico) visa apoiar e fortalecer os setores da produção, processamento e comercialização de produtos orgânicos, além de estimular seu crescimento.

A coordenadora da CPOrg/RS, Angela Escosteguy, salienta que a rede de produção de alimentos orgânicos, como qualquer segmento novo, carece de informações em diversos níveis. “A multiplicação das informações, à medida que forem geradas, tanto para quem vive no campo, quanto para os consumidores nas cidades, passando pelas instituições de ensino e extensão, é fundamental para o fortalecimento e sucesso dessa rede”, diz.

Ângela Estosteguy destaca que, como os sistemas orgânicos quase não usam insumos fabricados por grandes empresas, não existe um interesse econômico de investimento na sua divulgação, o que ocorre, de forma muito forte, no modelo convencional.

As entidades não gorvenamentais que compõe a nova Comissão Estadual da Produção Orgânica no Rio Grande do Sul são as seguintes:(acima foto com os novos componentes da comissão).

Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (CAPA)

Centro Universitário UNIVATES

Cooperativa de Produtos de Alimentos Orgânicos em Economia Solidária Ltda (COOPVIDA)

Movimento de Donas de Casa e Consumidores do RS.

Associação dos Produtores de Arroz e Peixe do Assentamento Águas Claras

União das Associações Comunitárias do Interior de Canguçu (UNAIC)

Sul Ecológica

Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (ISAEC/CAPA)

Instituto Preservar

Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ/RS)

Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí Ltda (ECOCITRUS)

Cooperativa de Prestação de Serviço Técnica Ltda (COPTEC)

Cooperativa Central dos Assentamentos do Rio Grande do Sul Ltda (COCEARGS)

Agricultura Ecologia (CETAP)

Associação dos Ecologistas de Caxias do Sul (ECOCAXIAS)

Rede Agroecologica ECOVIDA

Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS)

Associações Agroecológicas

Associação dos Agricultores Ecologistas da Região Sul (ARPA-SUL)

Cooperativa de Consumo, Trabalho e Produção Teia Ecológica


fonte: www.ecoagencia.com.br

UNAIC participa de Seminário de Diversificação na Agricultura Familiar



A UNAIC, participou entre os dias 04 e 06 de Maio de 2009, em Curitiba/PR do Seminário Nacional Diversificação na Agricultura Familiar, promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA , em parceria com o governo do Paraná ,EMATER/PR e Secretaria da Agricultura –SEAB/PR, Conicq e Deser.

Durante o Seminário foram discutidas ações de diversificação na agricultura familiar nas principais regiões produtoras de tabaco no país.

O Brasil é um dos países signatários da Convenção Quadro, coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que faz a adoção gradativa de restrições ao fumo. Com isso, a expectativa no médio e longo prazo é que o consumo de fumo caia drasticamente em todo o mundo. Com esse cenário, irreversível, o Brasil e o Paraná estão preocupados em preparar os produtores, na maioria agricultores familiares, sobre a necessidade de buscar a reconversão para outras lavouras.

A abertura do evento contou com as presenças do vice-governador do Paraná, Orlando Pessuti; do secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Paraná (Seab/PR), Valter Bianchini; do secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA), Adoniram Sanches Peraci, além de deputados federais e estaduais, representantes dos ministérios da Saúde (MS), Relações Exteriores (MRE), Trabalho (MT) e, ainda, representantes dos movimentos sociais do agricultores familiares, da Secretaria Estadual de Saúde, entre outros.

Aproximadamente 300 participantes vieram em caravanas de agricultores familiares de municípios do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, os três estados que concentram a maior produção de fumo no Brasil.

A UNAIC foi representada no evento por um grupo de 7 pessoas, entre agricultores e técnicos.

domingo, 3 de maio de 2009

A Gripe dos Porcos e a Mentira dos Homens

O governo do México e a agroindústria procuram desmentir o óbvio: a gripe que assusta o mundo se iniciou em La Glória, distrito de Perote, a 10 quilômetros da criação de porcos das Granjas Carroll, subsidiária de poderosa multinacional do ramo, a Smithfield Foods. La Glória é uma das mais pobres povoações do país. O primeiro a contrair a enfermidade (o paciente zero, de acordo com a linguagem médica) foi o menino Edgar Hernández, de 4 anos, que conseguiu sobreviver depois de medicado. Provavelmente seu organismo tenha servido de plataforma para a combinação genética que tornaria o vírus mais poderoso.


Uma gripe estranha já havia sido constatada em La Glória, em dezembro do ano passado e, em março, passou a disseminar-se rapidamente.

Os moradores de La Glória – alguns deles trabalhadores da Carroll – não têm dúvida: a fonte da enfermidade é o criatório de porcos, que produz quase 1 milhão de animais por ano. Segundo as informações, as fezes e a urina dos animais são depositadas em tanques de oxidação, a céu aberto, sobre cuja superfície densas nuvens de moscas se reproduzem. A indústria tornou infernal a vida dos moradores de La Glória, que, situados em nível inferior na encosta da serra, recebem as águas poluídas nos riachos e lençóis freáticos. A contaminação do subsolo pelos tanques já foi denunciada às autoridades, por uma agente municipal de saúde, Bertha Crisóstomo, ainda em fevereiro, quando começaram a surgir casos de gripe e diarreia na comunidade, mas de nada adiantou. Segundo o deputado Atanásio Duran, as Granjas Carroll haviam sido expulsas da Virgínia e da Carolina do Norte por danos ambientais. Dentro das normas do Nafta, puderam transferir-se, em 1994, para Perote, com o apoio do governo mexicano. Pelo tratado, a empresa norte-americana não está sujeita ao controle das autoridades do país. É o drama dos países dominados pelo neoliberalismo: sempre aceitam a podridão que mata.

O episódio conduz a algumas reflexões sobre o sistema agroindustrial moderno. Como a finalidade das empresas é o lucro, todas as suas operações, incluídas as de natureza política, se subordinam a essa razão. A concentração da indústria de alimentos, com a criação e o abate de animais em grande escala, mesmo quando acompanhada de todos os cuidados, é ameaça permanente aos trabalhadores e aos vizinhos. A criação em pequena escala – no nível da exploração familiar – tem, entre outras vantagens, a de limitar os possíveis casos de enfermidade, com a eliminação imediata do foco.

Os animais são alimentados com rações que levam 17% de farinha de peixe, conforme a Organic Consumers Association, dos Estados Unidos, embora os porcos não comam peixe na natureza. De acordo com outras fontes, os animais são vacinados, tratados preventivamente com antibióticos e antivirais, submetidos a hormônios e mutações genéticas, o que também explica sua resistência a alguns agentes infecciosos. Assim sendo, tornam-se hospedeiros que podem transmitir os vírus aos seres humanos, como ocorreu no México, segundo supõem as autoridades sanitárias.

As Granjas Carroll – como ocorre em outras latitudes e com empresas de todos os tipos – mantêm uma fundação social na região, em que aplicam parcela ínfima de seus lucros. É o imposto da hipocrisia. Assim, esses capitalistas engambelam a opinião pública e neutralizam a oposição da comunidade. A ação social deve ser do Estado, custeada com os recursos tributários justos. O que tem ocorrido é o contrário disso: os estados subsidiam grandes empresas, e estas atribuem migalhas à mal chamada “ação social”. Quando acusadas de violar as leis, as empresas se justificam – como ocorre, no Brasil, com a Daslu – argumentando que custeiam os estudos de uma dezena de crianças,distribuem uma centena de cestas básicas e mantêm uma quadra de vôlei nas

vizinhanças.

O governo mexicano pressionou, e a Organização Mundial de Saúde concordou em mudar o nome da gripe suína para Gripe-A. Ao retirar o adjetivo que identificava sua etiologia, ocultou a informação a que os povos têm direito. A doença foi diagnosticada em um menino de La Glória, ao lado das águas infectadas pelas Granjas Carroll, empresa norte-americana criadora de porcos, e no exame se encontrou a cepa da gripe suína. O resto, pelo que se sabe até agora, é o conluio entre o governo conservador do México e as Granjas Carroll – com a cumplicidade da OMS.


fonte:Jornal do Brasil 01/05/2009

http://www.jblog.com.br/politica.php